7 - Mas o que eu fiz?

Muito angustiada, ela perguntou:

“Mas, o que eu fiz?”

O policial respondeu:

“De acordo com o mandado: Furto, agressão e falsidade ideológica.”

Ela entrou em pânico! começou a chorar dizendo que era um engano. Em prantos, pediu ajuda Brennan, que era advogado:

“Brennan, por favor, me ajuda, não deixe eles me levarem, isso foi um grande equívoco, Deus sabe!”

“Fique calma, Eveline, a gente vai resolver! Mas, como eles têm um mandado, você precisa ir para esclarecer os fatos.”

Explicou Brennan, tranquilizando a jovem.

Os policiais tentaram algemar a moça, que resistiu ficando mais transtornada ainda. Brennan interveio, se apresentando como policial federal.

Para amenizar a situação, conversou com os colegas pedindo para eles não algemá-la, garantindo que ela não iria resistir à prisão!

Eveline acompanhou os policiais como um animal capturado. Brennan prometeu que iria até a delegacia, em seguida, tentar judá-la.

Dona Izabel participava de tudo incrédula e boquiaberta, não sabia o que pensar daquela menina tão exemplar!

Quando os policiais saíram com Eveline. Dona Izabel se sentou perguntando:

“Como uma menina tão meiga e esforçada poderia cometer esses crimes, meu Deus?! Brennan, eu não acredito, deve ser engano, ela não pode ter cometido crimes tão graves, filho!”

“Não sei não, Mãe, mas eu acredito que sim, porque foi o tio dela que a acusou de todos esses crimes.”

“Mas, como você sabe?”

Perguntou Dona Izabel confusa.

Brennan se sentou e explicou para a mãe.

“Lembra, que assim que eu voltei de viagem, fiquei curioso para descobrir quem era essa moça? Pois é, puxei a ficha dela na polícia e vi que ela era procurada pela justiça. Então conversei com o delegado do caso e ele esclareceu que ela estava respondendo por esses crimes porque o tio dela a denunciou e a processou. E não hesitei em entregá-la. Também peguei telefone desse tio, no processo, um tal de Otavio, ele confirmou e explicou toda situação. Agora vamos ver quem tem razão.”

“Brennan!!! Pelo amor de Deus! Foi você quem denunciou a menina? Você sabia de tudo isso? Sabia que eu coloquei uma criminosa dentro de casa!?”

Vociferou Dona Izabel.

“Espera aí mãe, não é bem assim! Temos que esperar a audiência, qualquer um pode acusar o outro do que quiser, acusações sem provas não perduram!"

Brennan tranquilizou a mãe e disse:

"Agora vou à delegacia tentar esclarecer e ver no que posso ajudá-la.”

“Tudo bem, filho, mas me mantenha informada, estou muito nervosa, sem saber o que pensar, me liga, por favor!”

“Ok mãe, beijo, até mais tarde...”

No caminho à delegacia, Brennan matutava, se lamentando:

“Deveria ter feito um acordo com aquela bandida, ao invés de denunciá-la, ter feito a proposta de não a entrega-la em troca de sexo. Como fui burro!”

Mesmo que Brennan tivesse aqueles pensamentos perversos, sua consciência não permitiria tal canalhice.

Na delegacia...

Ele procurou o delegado, se apresentando como investigador da polícia federal. Os dois conversaram e Brennan prestou seu depoimento como testemunha, explicando que Eveline era amiga da sua mãe e morava na sua casa, há quase três meses.

O delegado informou que iria colher novamente o depoimento do Otavio, tio de Eveline, que estava aguardando na sala ao lado. Enquanto, o delegado interrogava Otávio, Brennan foi até Eveline em outra sala.

Ela estava em choque e em posição fetal, chorando inconsolavelmente, Brennan chegou e procurou conversar para animá-la. Porém, Ela não levantava a cabeça, se sentia constrangida e desamparada com aquela situação.

Na outra sala, Otávio reafirmou tudo o que ocorreu:

“Eveline é uma pessoa ingrata, nós a criamos, pois sua mãe faleceu cedo. Demos de tudo a ela, educação de qualidade em uma boa escola, formação em idiomas, esportes e artes. E ela resolveu do nada, que queria estudar na capital! Minha e eu discordamos porque ela precisava estar lá comigo para cuidar da avó dela. Demos a ela a opção de estudar lá no interior mesmo, porém na discussão ela acabou me agredindo."

Ele continuava:

"Depois disso, ela furtou dinheiro da minha mãe, fugiu para capital e falsificou a assinatura dela na matrícula da faculdade, porque quando se matriculou, ainda era menor de idade e precisaria de um responsável legal para assinar.

Nós não autorizamos a admissão de Eveline na faculdade! Eu liguei no campus e eles informaram que na matrícula constava a assinatura da minha mãe, sendo que ela nunca saiu de casa para assinar nada. Até me enviaram uma cópia da matrícula, está aqui!”

Otávio apresentou uma cópia da matrícula com a assinatura da avó que Eveline falsificou.

Depois de prestar depoimento, Otávio pediu para ver a sobrinha e foi levado para a sala em que ela encontrava- se. Quando o tio a viu, avançou pra cima, para dar-lhe um tapa.

Porém, foi impedido por Brennan, que segurou a mãe dele antes que acertasse a sobrinha, um policial que estava presente retirou Otávio da sala.

O Delegado ficou “puto” com a ousadia do homem:

“Você está louco!!! Como se atreve a levantar a mão para uma mulher em minha delegacia? Se tivesse acertado essa moça, você quem ficaria preso aqui no lugar dela!! Nada justifica sua agressão, tudo está sendo resolvido.”

Otávio, sem razão, começou a difamar a sobrinha, gritando que ela era uma sem-vergonha e criminosa!

O delegado pediu que ele esperasse lá fora e foi colher o depoimento da moça. Brennan como advogado participou do depoimento.

“Eveline, sobre as acusações que você está respondendo, o que tem a dizer? Primeiro nos fale sobre as agressões que seu tio lhe acusa.”

Eveline muito abalada, se esforçou para se acalmar, depois falou:

“Meu tio sempre foi rude, desse jeito que vocês viram agora, ele não aceitava o fato deu estudar aqui na capital, porque ele precisava que eu cuidasse da minha avó. Então eu o desafiei, bati o pé que viria, ele ficou bravo e me deu vários t***s no rosto, na hora da raiva eu revidei e joguei suco nele. Ele puxou meu cabelo e deu mais outro tapa, eu saí de casa e fui direto para a delegacia prestar queixa, fiz um boletim de ocorrência por agressão no mesmo dia. Ele também fez um boletim contra mim, acusando de agressão. Sendo que foi ele que me agrediu.

“Essa parte ele não nos contou. Você tem esse boletim de ocorrência?”

Perguntou o Delegado.

“Não tenho, deixei com minha avó.”

“Não se preocupe, dá para conseguir outra cópia na delegacia de origem. Vamos providenciar! Agora me conte sobre o delito de furto que ele menciona na queixa.”

Ela esclareceu com honestidade:

“Eu decidi que viria estudar na capital de qualquer forma, senão perderia o curso, para isso, eu tinha pouco dinheiro, então peguei uma quantia escondido da minha avó e fugi!”

“Também é justificável e não seria um crime tão grave, você não ficaria presa por isso.

E por último, nos conte sobre o Delito de falsidade ideológica.”

“Como eu queria estudar e era menor de idade, minha avó era minha tutora, jamais permitiria e muito menos assinaria minha matrícula, então eu tive que falsificar a assinatura dela, pedi o formulário a atendente da faculdade e falei que levaria para minha avó assinar, mas, eu mesma assinei, e foi isso.”

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