4 - Você tem namorado?

“E ai Eveline, está gostando de morar com minha mãe?

“Estou sim, Dona Izabel é uma pessoa gentil e altruísta, sou muito grata por ter me acolhido aqui.”

“Me fala, quantos anos você tem?”

“Tenho dezoito anos.”

“Nossa! achei que tinha mais.”

Brennan soltou um riso, se surpreendendo com a idade da moça.

“Me conta um pouco sobre sua família e sua história?”

Ela ganhou confiança e começou relatar:

“Sou filha única e morava com minha avó no interior, saí de casa para estudar pedagogia aqui na capital.”

Curioso, ele continuava a interrogar:

“E seus pais?”

“Meu pai, eu nunca conheci, minha mãe faleceu quando eu tinha oito anos.”

“Mas, de toda família, só tem você e sua avó?”

“Tem o meu tio Otávio, ele não morava com a gente, mas, sempre vinha nos visitar.”

“Você tem namorado?”

Perguntava Brennan obstinado.

“Tenho sim, ele mora no Canadá, conversamos bastante por telefone e rede social.”

“Vocês nunca se viram?”

“Não! A gente não tem condições de viajar para nos encontrar e também minha avó nunca deixaria eu me encontrar com ele, por preconceito mesmo, pois ele vem de família humilde.”

“E quantos anos ele tem? Vocês estão a quanto tempo juntos?”

“Ele tem a minha idade, quando eu fiz dezesseis anos ele me pediu em namoro.

“E seus amigos, você deixou muitos amigos no interior?

“Deixei muitas amizades. Minha melhor amiga é Keille, estudamos na mesma escola. Foi ela que me apresentou seu primo, Maycon.”

As perguntas do Brennan pareciam mais um interrogatório. Porém, Eveline, por ser ingênua, não percebia suas intenções...

Com oito anos, Eveline Rashid, infelizmente, perdeu sua mãe, depois de uma intensa luta contra uma pneumonia. Ela continuou morando com seus avós, Marrie e Victor.

Marrie, na verdade, não era sua avó biológica. Carolina, mãe de Eveline, era fruto de um relacionamento do seu avô David com sua amante, Mikaela.

Depois que Mikaela deu à luz, ela não quis ficar com a criança e entregou para David, que a levou para casa e obrigou a esposa criar, já que eles não podiam ter filhos biológicos.

Tinham apenas um outro filho adotivo, chamado Otávio, seis anos mais velho que Carolina.

Eveline cresceu órfã, criada por seus avós com uma educação exemplar, fazia aulas de piano, inglês, balé, natação e estudava em um colégio referência na região.

Quando fez dezesseis anos, seu avô protetor, também veio a óbito em um infarto fulminante.

Quase terminado o ensino médio, ela começou a planejar seu futuro, imaginando estudar pedagogia na melhor universidade pública do país que ficava na capital.

Prestou vestibular e conseguiu, partindo sozinha para a cidade grande, sem o consentimento da avó e do tio.

Enquanto ela respondia suas perguntas, Brennan a observava... Sondando todos os detalhes, o jeito de falar, de se comportar, também seus traços, cabelos, olhos e boca, ele percebeu o quanto ela era atraente e bem instruída, começou a enxergar uma mulher maravilhosa em sua frente!

Eveline era uma jovem linda, cabelos e olhos pretos que puxou do seu avô de origem Árabe. Tinha pele branca, que provavelmente puxou do seu pai, que nunca conheceu, pois sua mãe jamais revelou sua identidade.

Ao terminarem o almoço, os dois tiraram os pratos, lavaram a louça e arrumaram a cozinha, Brennan foi ler um pouco e Eveline aproveitou a tarde para ajeitar suas coisas, já que não teve aula.

Quando Dona Izabel voltou, Brennan a chamou para conversar, os dois foram para sacada do apartamento e começaram a falar sobre Eveline.

“Mãe, eu não sei não, essa moça fala coisas que eu fico desconfiado, não sei se é verdade tudo o que ela me contou, de qualquer forma, vou continuar de olho, tentar saber mais sobre sua vida, passado, família e investigar sobre a veracidade dos fatos.”

“Olha Brennan, se você quiser pode investigar, só sei que ela é uma menina esforçada, inclusive arranjou outro trabalho nos finais de semana, como recepcionista em uma casa de eventos.”

“Casas de eventos!? Será?”

Brennan ficou mais cismado ainda!

Na sexta-feira à noite, Eveline se arrumou para seu trabalho na casa de eventos. Ela deixou o quarto deslumbrante, com um salto alto, maquiada, cabelo e unhas feitas.

Quando Brennan se deparou com a imagem da jovem, ficou perplexo e não hesitou em elogiar:

“Nossa, como você está linda! Aonde vai?”

“Vou trabalhar!”

Ele ficou chocado, já pensando, como uma moça tão bonita e bem-produzida, iria trabalhar em um final de semana à noite. Inconformado, ficou imaginado que trabalho era esse!? Pensando em não aceitar uma garota de programa morando debaixo do seu teto.

Eveline se despediu e saiu. Brennan, novamente, conversou com sua mãe:

“Não acredito que ela vá trabalhar de recepcionista, está muito elegante e logo no final de semana à noite?! Não sei não, viu mãe, se essa moça estiver fazendo o que eu estou pensando, não vou querer ela aqui com a gente.”

“Meu filho, preste atenção no que você fala, tome cuidado com os julgamentos, você não sabe realmente o que ela está fazendo.”

“Mas, eu vou descobrir!”

Resmungou Brennan, observando Eveline já na rua, pela sacada do apartamento.

“Para com isso Brennan, deixa a moça em paz.”

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