Renata Souza
Eu estava tão feliz pela minha amiga. Ela merece muito essa chance, tadinha. Sei que passou poucas e boas na vida, e mesmo sem ela dizer em palavras, o jeito dela não deixa dúvidas sobre as dificuldades que enfrentou.
Enquanto me arrumava para sair, a campainha tocou. Atendi pensando ser alguma conhecida, mas ao abrir a porta, senti como se minha alma tivesse fugido do corpo.
— Oi, meu bem! — disse Luis com um sorriso assustador.
— O que está fazendo aqui, Luis? — perguntei, tentando manter a voz firme, mas ela saiu trêmula.
— Vim ver minha mulher, não posso?
— Não sou nada sua. Nós nos separamos há muito tempo.
— Você sabe quantos anos passei à sua procura? — Ele estalou os dedos. — Muito tempo. Não encontrei sua mãe nem sua tia. Então deduzi que você havia se mudado para longe. Comecei uma caçada e, finalmente, aqui estou.
— Eu não sou um animal para ser caçada! Vai embora, ou eu vou chamar a polícia!
Luis se aproximou, olhos predatórios fixos em mim, e