Jhulietta Duarte
O teto do quarto parecia tão vazio quanto eu me sentia por dentro. Meus olhos ardiam, e o peso da noite ainda pressionava meu peito, tornando difícil até respirar. As imagens ainda estavam vivas na minha mente, e, por mais que eu tentasse afastá-las, pareciam presas em um ciclo sem fim.
Cada detalhe, cada sensação… tudo me assombrava. O olhar daquele homem, a forma como meu corpo congelou, como se tivesse voltado no tempo. A impotência. O medo.
Fechei os olhos com força, tentando sufocar as lágrimas, mas era impossível. A dor transbordava de dentro para fora, e antes que percebesse, o choro silencioso se transformou em soluços. Eu odiava me sentir assim. Odiava essa fraqueza que parecia me consumir.
O colchão afundou levemente ao meu lado, e o calor familiar de Nicolas me envolveu antes mesmo que ele tocasse em mim. Não precisei abrir os olhos para saber que ele estava ali. O cheiro amadeirado, o som da respiração firme… Ele sempre chegava na hora certa.
— Meu