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Lisa Mary
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Sempre temi que o vazio dentro de mim, pudesse me induzir a uma sulta demência, e eu me tornasse cada vez mais vulnerável. Baseado nisso, tratei de me proteger no interior das minhas camadas, tornando-me cada vez pior e desprezível. Essa era eu. Essa era a Lisa Mary criada exclusivamente de mim, para mim.
—Você vai querer sair nas primeiras horas da manhã, Vicente? —Liguei a torneira cascata, esticando a mão para debaixo da água, sentindo o calor entre os dedos enquanto esperava, educadamente, pela resposta de Vicente.
—Pretendo. —Seu tom de voz estava normal. Normal demais para quem estava triste há minutos atrás.
Terminando de preparar o banho de Vicente, saí do banheiro e o encontrei sentado na beirada da cama.
—Você não parece muito bem, tem alguma coisa que eu possa fazer por você?
Senti pesar sobre os meus ombros a incerteza de seu olhar. Aparentemente ele estava mais perdido do que eu dentro de mim, mas precisava de ajuda. No entanto, se a sua