99
Vicente François
⤝⥈⤞
Eu joguei meu corpo lento sobre o sofá, conforme raciocinava sobre suas palavras.
Mamãe sempre foi uma mulher decidida e de palavras gentis, mas nunca deixou escapar que seus pensamentos fossem tão intuitivos daquela maneira.
Expirei, sentindo os músculos das minhas costas relaxando nas almofadas do sofá espaçoso. Deslizei a mão na calça, puxando o celular que saía com dificuldade, reclamando todo o egoísmo do seu tamanho.
A parede branca com decorações desconhecidas e sem nenhum vínculo pessoal, foi tudo o que eu tive naquele momento de olhos perdidos pelo ambiente diante de mim, antes que a outra pessoa atendesse a chamada.
—Sebastian.
—Sim, senhor?
—Suba até a cobertura. Preciso de você.
—Sim, senhor.
Abaixei a mão sobre a coxa espalhada no assento do sofá, e larguei o celular ao lado da perna.
Meu suspiro era desesperadamente dramático e enfático.
Eu sabia o que aqueles sentimentos significavam. Eu já os havia sentido antes.
Eram sentimentos de sacrifícios