— O que está fazendo aqui? — Grady perguntou.
Eu tentei manter o tom leve, brincando, mas o nervosismo estava claro em minha voz. A última coisa que eu queria era parecer vulnerável, mas ao vê-lo ali, tão perto, o ar parecia denso, como se uma tensão invisível pairasse entre nós.
— Sou sua fada protetora, esqueceu? — Eu forcei um sorriso, tentando quebrar o silêncio constrangedor. — Venho às quartas-feiras para tirar a sujeira da casa e pendurar suas roupas. — Apontei para as peças espalhadas pelo chão, sentindo um leve toque de humor para suavizar o momento.
Grady respondeu com um sorriso curto, mas seu olhar ainda estava fixo em mim.
— Estas não têm de ser penduradas — ele disse calmamente, mas com um tom que sugeria algo mais. — Liz vai levá-las para doar a alguma instituição de caridade.
Eu murmurei um "ah" desapontado, minha mente tentando imaginar o que aconteceria com aquelas roupas, especialmente a jaqueta. A cena que eu imaginara, ele me pedindo para guardar algo mais pessoal