Conversa com o Príncipe

O secretario Jihad olhava sem jeito para a mulher a sua frente. Yoon Hee não se parecia com a pessoa que ele imaginava. Ela estava demonstrando estar triste quase deprimida com o casamento. Eles estavam sentados em um café próximo ao trabalho dela. Em cima da mesa havia uma agenda, onde Jihad anotava tudo que achava pertinente, e duas xícaras de café, sendo que a dela estava intocada.

–Tem algo errado senhorita Park? – Jihad perguntou ao vê-la pálida sem expressão.

–Não.

–Certo. Você tem alguma duvida antes de começarmos a falar sobre o casamento?

–O Príncipe Hassan é um homem... Bom?

–Sim, não há ninguém mais integro, de boa índole, gentil que ele em toda Abu-Dhabi.

–Hum.

–Está com medo? – perguntou com carinho.

–Sim.

–Não precisa – disse sorrindo – tenho certeza que vocês vão aprender a se amarem mais a frente. Ele é uma pessoa boa, fique tranqüila.

–É um pouco difícil, mas obrigada – forçou um sorriso – como será a minha vida lá?

–Basicamente a senhorita terá que freqüentar alguns eventos com ele, viajar para alguns lugares – parou para pensar um pouco – ser a esposa perfeita. Poderá ter aula de árabe, se assim quiser. Terá que respeitar os costumes, incluindo usar véu quando sair na rua, Sheik Hassan é muito gentil e por isso a senhorita deve ganhar muitas jóias, pode fazer o que quiser com elas. Tudo o que ganhar será seu. Na nossa religião não é permitido o adultério, então não pense, sequer, na hipótese de traí-lo. Tudo o que queira fazer terá que ser relatado a ele antes, afinal ele é seu marido e tem o direito sobre a senhorita. Terá empregas ao seu dispor 24 horas por dia. Seria bom estudar um pouco sobre os costumes de lá, se quiser posso providenciar algum livro a respeito.

–Parece que serei uma propriedade e não uma esposa – disse sem expressão – não terei liberdade, serei apenas mandada por ele. Ele será meu dono e eu... Apenas uma serva de luxo – riu sem vontade – e em troca irei ganhar algumas jóias para me comprar. Entendi perfeitamente.

Jihad olhou perplexo para ela, nunca havia visto uma mulher falar daquela forma sobre os seus costumes. Ele percebeu naquele momento que o Sheik Hassan teria problemas com ela.

–A senhorita será livre apenas precisará comunicar ao Sheik Hassan os seus passos.

–E isso é liberdade? Liberdade para mim significa agir de acordo com minha própria vontade sem me prender a convenções sociais, mas o que está dizendo que devo fazer é o contrario disso, não concorda?

–Ainda está em tempo de desistir do casamento – Jihad disse a observando – a senhorita não me parece animada com a ideia.

–Não posso desistir, mas também não vou me sujeitar a tudo calada – disse determinada. – já estou perdendo muito e não vou perder a única coisa que me resta: a minha liberdade de expressão.

–Como quiser – disse com um sorriso no rosto – Tens um temperamento interessante. Trouxe seus documentos?

–Trouxe – disse pegando um envelope em sua bolsa e colocando em cima da mesa – Minha mudança para Abu-Dhabi, como devo fazer?

–Empacote as coisas e deixe-as separadas. No dia do seu casamento mando um pessoal lá para pegar tudo e levar para o palácio.

–Certo. – falou olhando para o café, já frio, na xícara.

–Algum problema?

–O meu... Casamento será de verdade?

–Será.

–Quero dizer... Terei que dormir com ele? – perguntou sem encará-lo.

–Bem... É isso que se espera de pessoas casadas – falou sem jeito – e também... Será bom o príncipe ter um herdeiro.

–Entendo – disse com lagrimas nos olhos – me parece que virei alguma prostituta de luxo e não uma serva. A realidade é bem pior do que imaginava – murmurou.

–O que? Disse algo?

–Nada – disse erguendo a cabeça - poderei sair de Abu-Dhabi para visitar minha família?

–Sim, só terá que conseguir a permissão do príncipe. Provavelmente ele virá com a senhorita.

–Certo. Ele irá se casar outras vezes?

–Isso eu não sei. Poderá perguntar a ele depois.

–Entendi. Poderei estudar fazer uma faculdade? – perguntou com o olhar ansioso.

–Acredito que o príncipe Hassan não se oponha, mas converse com ele.

–Falarei – disse com os olhos brilhando de esperança.

–Mais alguma pergunta?

–Quando poderei falar com o príncipe Hassan? Quero saber sobre um acordo que ele me prometeu.

–Deixe-me ver – disse olhando na agenda – poderá falar com ele esta noite, se assim desejar ou amanhã à tarde no hotel.

–Amanhã a tarde estará perfeito.

–Certo – escreveu algo e a encarou – pode ligar para ele a qualquer hora, afinal é o seu noivo.

–Prefiro não perturbá-lo com bobagens.

–Hum.

–Alguém no palácio fala inglês? – indagou após alguns minutos em silencio.

–Não se preocupe – disse divertido – o inglês por lá é tão comum quanto o próprio árabe. Ficará surpresa ao ver a quantidade de pessoas que falam inglês fluentemente.

–Obrigada, mas o seu coreano é esplendido.

– Kamsa hamnida –agradeceu sorrindo – tenho certeza que será uma princesa tão gentil quanto o nosso Sheik Hassan.

Yoon Hee apenas concordou com a cabeça. Ela não tinha ideia do lhe esperava, só tinha uma coisa em mente: ajudar a sua família, mas ela temia que estivesse exagerando em suas ações.

–Posso contar uma pequena historia para a senhorita? – perguntou e após receber a permissão dela começou a narrar o pequeno conto.

Houve, outrora, na Babilônia um pobre e modesto alfaiate, chamado Enedim. Homem inteligente e trabalhador, que, por suas boas qualidades e amor no coração, era muito querido no bairro em que morava.

Enedim passava o dia inteiro, de manhã à noite, cortando, costurando e preparando as roupas de seus numerosos fregueses, e, embora, muito pobre, não perdia a esperança de vir a ser muito rico, senhor de muitos palácios e grandes tesouros.

Como conquistar, porém, essa tão ambicionada riqueza? – pensava o mísero alfaiate – Como descobrir um desses famosos tesouros que se acham escondidos?

Ouvira contar, histórias prodigiosas de aventureiros que haviam topado com cavernas imensas, cheias de ouro... E não poderia ele, à semelhança desses aventureiros felizes, descobrir um tesouro fabuloso?

Ah! Se tal coisa acontecesse, ele seria, então, senhor de um imenso e magnífico palácio... Teria numerosos escravos, e todas as tardes, num grande carro de ouro, puxado por mansos leões, passearia sobre as muralhas da Babilônia, cortejando amistosamente os Príncipes ilustres da casa Real.

Assim meditava o bondoso Enedim, quando lhe parou à porta da casa um velho mercador da Grécia, que vendia tapetes, imagens, pedras coloridas e uma infinidade de outros objetos extravagantes tão apreciados pelos Babilônios.

Por mera curiosidade, começou Enedim a examinar as bugigangas que o vendedor lhe oferecia, quando descobriu, entre elas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos.

Era uma preciosidade aquele livro e custava apenas três dinares.

Três dinares. Era muito dinheiro para o pobre alfaiate. Para possuir um objeto tão curioso e raro, Enedim seria capaz de gastar até os dois últimos dinares que possuía.

Está bem, concordou o mercador. Fica-lhe o livro por dois dinares, mas esteja certo de que lhe foi de graça!

Afastou-se o vendedor e Enedim tratou, sem demora, de examinar cuidadosamente a preciosidade que havia adquirido. Qual não foi a sua surpresa quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda, escrita em complicados caracteres caldaicos: "O segredo do tesouro de Bresa". Por Deus! Aquele livro maravilhoso, cheio de mistério, ensinava, com certeza, onde se encontrava algum tesouro fabuloso. O TESOURO DE BRESA!

Mas, que tesouro seria esse?

E com o coração a bater descompassadamente, decifrou ainda: "O tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome entre as montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem esforçado venha a encontrá-lo".

Harbatol? Que montanhas seriam essas que encerravam todo o ouro fabuloso de um gênio?

E o esforçado alfaiate, dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, custasse o que custasse, com o segredo de Bressa, para apoderar-se do tesouro imenso enterrado n'alguma gruta perdida entre as montanhas.

As primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos. Enedim foi obrigado a estudar os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialetos persas, o complicado idioma dos judeus.

Ao fim de três anos, deixava Enedim a antiga profissão de alfaiate, e passava a ser o intérprete do Rei, pois na cidade não havia quem soubesse tantos idiomas estrangeiros.

O cargo de intérprete do Rei era bem rendoso. Ganhava Enedim, cem dinares por dia; ademais morava numa grande casa, tinha muitos criados e todos os nobres da corte o saudavam respeitosamente.

Não desistiu, porém, o esforçado Enedim, de descobrir o grande mistério de Bresa. Continuando a ler o livro encantado, encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras. E, a fim de ir compreendendo o que lia, foi obrigado a estudar Matemática com calculistas da cidade, tornando-se, ao cabo de pouco tempo, grande conhecedor das complicadas transformações aritméticas.

Graças a esses novos conhecimentos adquiridos, pode Enedim calcular, desenhar e construir uma grande ponte sobre o Eufrates; esse trabalho agradou tanto ao Rei, que o monarca resolveu nomear Enedim para exercer o cargo de Prefeito.

Ativo e sempre empenhado em desvendar o segredo do tal livro, foi compelido a estudar profundamente as leis, os princípios religiosos de seu país e os do povo caldeu; com o auxilio desses novos conhecimentos, conseguiu Enedim dirimir uma velha pendência entre os doutores.

– É um grande homem o Enedim! Declarou o Rei quando soube do fato.

– Vou nomeá-lo Primeiro Ministro.

E assim fez. Foi o nosso esforçado herói, ocupar o elevado cargo de Primeiro Ministro. Vivia, então, num suntuoso palácio, perto do jardim Real, tinha muitos criados e recebia visitas dos príncipes mais poderosos do mundo.

Graças ao trabalho e ao grande saber de Enedim, o reino progrediu rapidamente e a cidade ficou repleta de estrangeiros; ergueram-se grandes palácios, várias estradas se construíram para ligar Babilônia às cidades vizinhas.

Enedim era o homem mais notável do seu tempo. Ganhava diariamente mais de mil moedas de ouro, e tinha em seu palácio de mármore e pedrarias, caixas cheias de jóias riquíssimas, e de pérolas de valor incalculável.

Mas – coisa interessante! – Enedim não conhecia ainda o segredo do livro de Bresa, embora lhe tivesse lido e relido todas as páginas!

Como poderia penetrar naquele mistério?

E um dia, conversando com um venerando sacerdote, teve a ocasião de referir-se à incógnita que o atormentava.

Riu-se o bom religioso, ao ouvir a ingênua confissão, e, afeito a decifrar os maiores enigmas da vida, assim falou:

– "O tesouro de Bresa já está em vosso poder, meu senhor. Graças ao livro misterioso é que adquiristes um grande saber, e esse saber vos proporcionou os invejáveis bens que já possuis.

–O que isso quer dizer? – Yoon Hee perguntou olhando-o com curiosidade.

–Ele estava à procura de um tesouro e encontrou a sabedoria. Por meio de uma aventura acabou conseguindo tudo o que sempre quis. Bresa significa "saber" e Harbatol quer dizer "trabalho". Não se preocupe com o seu casamento com príncipe Hassan, por tentar encontrar um caminho para a felicidade de sua família, acabará encontrando a sua felicidade também – disse gentil.

–Kamsa hamnida – falou com lagrimas nos olhos – o senhor é muito gentil.

–É meu dever como secretario do príncipe zelar pela tranqüilidade da futura princesa. – disse olhando para Yoon Hee – ela aparenta estar profundamente triste, pensou ao vê-la chorar em silencio.

***

Secretario Jihad entrou na suíte do Sheik após bater na porta, o encontrou sentado na poltrona lendo o jornal.

–Senhor, acabei de voltar do encontro com a senhorita Park Yoon Hee.

–E então? – perguntou sem tirar os olhos do jornal.

–Ela me pareceu estar triste pelo casamento. Demonstrou muitas duvidas em relação a procedência após o casamento e sobre a vossa personalidade.

–É normal.

–Sim. Ela quer vê-lo. Marquei para amanha a tarde.

–Me ver? – perguntou voltando a sua atenção para o homem parado a sua frente – ela disse sobre o que era?

–Sobre um acordo, mas não entrou em detalhes.

–Entendi – disse sorrindo levemente – pode ir providenciar os papeis necessários para o casamento.

–Sim senhor – falou saindo.

Hassan colocou o jornal de lado e ligou o seu celular. Sorriu ao ver duas chamadas perdidas de Lana. Ficou tentado a ligar para ela, mas sabia que o assunto, o qual deveria tratar com ela, teria que ser pessoalmente. Voltou a sua atenção para o jornal, mas o toque de seu celular tocou de forma insistente.

–Sim – atendeu de mau humor.

–É assim que fala com seu irmão?

–Mahir – disse sorrindo – onde está?

–Na Europa, não se preocupe. Não vou criar escândalos – disse sorrindo – mas ouvi dizer que está na Coréia. O que faz ai? Você mal sai de Abu-Dhabi.

–Vim por negócios. Tenho certeza que terá uma surpresa daqui a, aproximadamente, uma semana.

–Que tipo de surpresa?

–Uma boa surpresa – disse sorrindo – o que faz por ai?

–Aprendendo algumas coisas aqui e outras ali, tenho que ir agora. Liguei para saber como estava. – sorriu – devo voltar para casa em duas ou três semanas. Tchau. – disse desligando.

Hassan não conseguiu evitar um sorriso ao desligar o celular, seu querido irmão iria voltar para casa. Ele esperava que Mahir aceitasse Yoon Hee como sua nova irmã sem criar confusão.

****

Assim que abriu a porta de casa Yoon Hee foi recebida pelo olhar inquisidor de sua irmã. Ela entrou tentando ignorá-la, sem sucesso.

–Me explique o que está acontecendo, unnie – So-Yeon pediu ao olhar para Yoon Hee.

–Não tem nada acontecendo.

–Então porque vai se casar com alguém que não ama?

–Quem disse que não o amo?

–Eu te conheço.

–So-Yeon, você é apenas uma criança – disse sorrindo – nem teve ainda seu primeiro amor. Não pode dizer se estou amando-o ou não. – a encarou com um sorriso no rosto – ou já se apaixonou?

–N... Não... Nunca – disse envergonhada.

–Então como pode dizer que não o amo?

–Não sei – confessou com voz baixa.

–Não seja boba – a abraçou – nunca vou me casar com alguém com quem não amo. Fique tranqüila.

–Nem para ajudar a sua família?

–Nem para isso. – disse com lagrimas nos olhos.

So-Yeon não disse mais nada, apenas abraçou a sua irmã. Sem perceber que Yoon Hee deixava as lagrimas caírem livremente pelo seu rosto.

Yoon Hee vestiu um vestido rosa claro, com alça fina de renda, colocou uma sandália nude de salto deixando os cabelos soltos. Saiu de casa decidida a esclarecer a situação com príncipe Hassan. Chegou ao hotel um pouco mais cedo que o previsto, dirigiu-se ate a recepção e não demorou muito para ser encaminha a suíte presidencial. Não precisou bater na porta, pois Hassan a esperava, em frente a porta, com uma expressão estranha no rosto. Ela entrou em silencio, sentou-se e esperou ele falar algo.

–O que queria falar comigo?

–Quero fazer algumas perguntas na realidade – falou decidida o encarando.

–Pode começar – disse sentando-se de frente para ela.

–Teremos que dormir juntos?

–Não. Você terá seu próprio quarto.

–Então você deve se casar com outra mulher, não é?

–Por quê? – perguntou com curiosidade.

–Porque o seu secretario afirmou que seria bom ter um herdeiro, e como vamos dormir em quartos separados... Você deve ter re... Um envolvimento mais intimo com outra mulher, estou certa?

–Completamente equivocada – sorriu – não vou me casar com outra mulher. Uma mulher já é problema o suficiente para mim. Não disse que não teríamos nenhum envolvimento, apenas disse que não vamos dormir no mesmo quarto.

–Como?

–Na minha cultura é comum o casal dormir em quartos separados. Não espere que a sua vida seja igual a um drama. Não vou esperar nos apaixonarmos para consumar o casamento.

–Eu... Eu pensei – disse sem conseguir terminar a frase. Respirou fundo e o encarou – pensei que não teríamos uma vida... Conjugal.

–Anda vendo muita novela coreana – disse sorrindo – mais alguma coisa?

–Sim, eu poderei estudar?

–Depende – a encarou – o que quer estudar, especificamente.

–Historia.

–Não acho que seja um problema – disse após pensar – pode fazer na universidade que existe em Abu-Dhabi.

–Obrigada – disse com os olhos brilhando.

–Sem problemas.

–Só uma coisa – disse tirando um envelope da bolsa – aqui está o acordo, leia e assine, por favor – falou colocando na mesa em frente a ele.

Hassan pegou o envelope, retirou alguns papeis de dentro e começou a ler. Terminou em poucos minutos e a olhou sério.

–Tem caneta?

–Sim – disse pegando uma em sua bolsa e entregando a ele.

–Pronto – entregou o acordo a ela após assinado – pode ficar tranqüila que vou cumprir com o que prometi.

–Certo.

–Mais alguma coisa ou alguma pergunta?

–Sim – o encarou – não vou usar véu.

–Como?

–Não vou usar véu em Abu-Dhabi. Não vejo motivo para isso.

–Não vê motivos? – perguntou incrédulo. – tem ideia do que pode acontecer com você ao sair na rua sem véu?

–Sim. Estou disposta a correr o risco. Eu entendo que seja da sua religião, a ideia do véu e tudo mais, mas isso não tem relação comigo. Quero conservar a minha identidade oriental.

–Tudo bem, mas não poderá sair sozinha. Sempre que for sair terá que estar acompanhada de algum homem.

–Isso é ridículo.

–Apenas faça isso ou use o véu.

–Já vi que é inflexível.

–Um pouco.

–Eu aceito. – disse por fim. Levantou-se – só vim para isso.

–Nosso casamento será daqui a sete dias.

–Sete dias? Terei que usar um vestido de noiva?

–Iremos assinar os documentos aqui no hotel mesmo e depois teremos uma festa em um salão com grandes figuras políticas presentes.

–Entendi. É melhor assim. Qualquer coisa pode me ligar, me avisando – falou indo em direção a saída, mas Hassan a chamou fazendo-a se virar. –Sim?

–Você é virgem?

–Hã?

–Você é virgem?

–Que... Que tipo... De pergunta é essa? – indagou envergonhada – não deveria me perguntar essas coisas de forma tão... Cotidiana.

–A resposta é sim ou não? – voltou a perguntar frio.

–É claro que sou – respondeu ultrajada. Nem dei meu primeiro beijo ainda, pensou ao olhar para ele.

–Isso é ótimo. – a olhou com frieza – espero que não esteja mentindo, pois se estiver irei cancelar o acordo que fiz com você. Pode ir agora.

–Quem pensa que é para perguntar algo assim para mim e ainda impor condições?

–Seu noivo – disse tranquilamente.

–Eu devo ter matado alguém muito importante na outra vida para merecer um noivo como você – disse indo em direção a porta, mas virou-se – nunca mais me pergunte coisas assim... É vergonhoso. – falou e logo depois foi embora. Assim que fechou a porta colocou suas mãos sobre o seu rosto – ah, que vergonha – disse sentimento suas faces queimarem - achei que irei morrer tamanha a vergonha que senti ao confessar aquilo. Aquele homem é um tarado, como pode fazer uma pergunta daquelas assim do nada? – falou sozinha ao caminhar em direção ao elevador, tentando esconder o rosto avermelhado.

–Talvez esse casamento não seja tão monótono – disse com um sorriso no rosto ao vê-la sair.

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