Cyrus
O ar ao meu redor queima com minha fúria.
Cada batida das minhas asas corta o céu como lâminas de gelo, cada raio que deixo para trás carrega a promessa de destruição. Não há misericórdia em mim, não agora. Sinto o cheiro de sangue antes mesmo de chegar, o gosto metálico da vingança já encharcando minha boca.
O corpo de Marcel... os ossos dele... vejo-os já partidos, vejo minhas garras cravadas impiedosamente naquele maldito. Ele ousou tocá-la. Ousou beijá-la. Mesmo que ela tenha procurado por ele, comandada pela consciência da necromante, ele ainda assim deveria ter se afastado, se colocado em seu lugar de escravo imundo.
Ele terá o fim mais lento de todos.
Mas antes que eu atinja o solo do campo de treinamento sul, antes que meu corpo exploda contra a terra e o ar, e transforme a cela dele em cinzas, sou detido no ar. Algo me puxa, suave e firme ao mesmo tempo, como uma corrente invisível. E então a voz entra em minha mente.
“Cyrus.” Reconheço a voz de Aero. Frio, direto. Ma