Prya
A noite caiu sobre a planície com uma suavidade que me emocionou. Pela primeira vez, desde que fui escravizada, transformada e libertada, eu vi a escuridão como algo acolhedor. Como um cobertor estendido sobre um povo que havia renascido.
As tochas foram acesas ao redor das casas em costrução, mas no centro, uma grande fogueira se erguia como um farol de vida.
Fazer uma grande fogueira como aquela tinha um grande significado, um dos lycans mais velhos nos explicou. Significava o nascimento de uma nova alcatéia, e quanto mais alta ela era, maior era o poder da alcateia.
As chamas dançavam ao ritmo dos corpos ao seu redor. Os uivos se misturavam a gargalhadas, a cantos ritmados, a assobios em língua lupina. Os cheiros da noite eram intensos, carne de veado assada, muita cerveja e vinho, ervas queimando. O perfume de liberdade.
Os Lycans dançavam, pulavam, bebiam em canecas cheias de um vinho escuro que fazia o peito arder e os olhos cintilarem. Alguns corriam nus ao redor da fogue