Uma Família Para O CEO
Uma Família Para O CEO
Por: Line Valsim
Prólogo- Matheus Albertelli

Olho para aquelas fotos mais uma vez sentindo o ódio me dominar, ódio de mim por acreditar em todas as palavras que aquela desgraçada me disse.

Como fui idiota!

Ela estava se aproveitando de mim esse tempo todo e eu acreditando em seu amor. Do outro lado da sala posso observar os olhos da minha mãe, sentindo pena de mim, sei que tentou me alertar, mas eu preferi acreditar nos olhos inocentes, que agora sei, de inocente não tinham nada.

— Aaah! — Grito com todas as forças dos meus pulmões enquanto derrubo praticamente tudo que tem em cima da minha mesa.

— Pelo amor de Deus, Matheus! O que deu em você? — Os olhos arregalados da minha mãe que antes refletia pena, agora refletem medo.

— Como assim o que deu em mim? Acabo de descobrir que sou corno, um idiota. Quebrar tudo que tem na minha frente é o mínimo que quero fazer agora.

— Sinto muito filho, mas tentei te avisar que aquela mulher não servia para você. — Dou um sorriso sem humor algum, lógico que minha mãe não iria deixar isso passar em branco!

Como se existisse alguma mulher boa o suficiente para os seus filhos!

Dona Olga Albertelli, acredita que tem um útero de ouro e seus filhos são preciosos demais para se envolver com “qualquer uma”. Só uma mulher com pedigree — De uma família rica e tradicional — é digna suficiente dos seus filhos, coisa que Elisa não tem, por isso desde o início ela foi contra o nosso namoro.

— Onde já se viu um Albertelli se envolver com uma garota pobre que limpa chão? Isso é uma afronta a todos os nossos antepassados!

Reviro meus olhos sempre que me lembro de suas palavras, nunca concordei com esse discurso, como se o fato de ser um Albertelli tornar-se minha existência mais importante do que a das outras pessoas. Mas agora olhando para essas fotos penso que talvez devesse ter dado ouvidos às palavras dela.

Quem sabe eu tivesse evitado essa humilhação.

Dá para acreditar que eu planejava pedir a mão dessa safada em casamento?

Com minha mente ainda nublada pelo ódio, verifiquei meus bolsos constatando que estava com minha carteira e chave do carro, procuro pelo o chão da sala as fotos, vejo-as em um canto próximo à mesa espalhadas e agacho-me para pegá-las. Sem nem pensar, uma segunda vez começo a marchar em direção à saída.

— Onde você vai, Matheus?

Escuto minha mãe perguntar, mas ignoro-a e continuo caminhando furiosamente pelos corredores do edifício Albertelli — onde fica o escritório do conglomerado Albertelli. Sim tudo leva o da família. Egocêntrico, não? — e ignorando todos os olhares curiosos em minha direção.

Quando chego à garagem entro no meu carro e bato a porta com força. Coitado do meu porsche! Sei que ele não tem culpa alguma pelo que me aconteceu, mas será nele mesmo que descontarei minha fúria.

Dirijo pelas ruas sem prestar atenção aos semáforos, provavelmente já devo ter tomado pelo menos meia dúzia de multas, ignoro isso por agora.

Chego à pequena casa no subúrbio e me pergunto se realmente está lá, mais cedo ela me ligou dizendo que não trabalharia hoje, pois estava passando mal.

Talvez seja só mais uma das suas mentiras. Deve ter aproveitado esse tempo para encontrar-se com o amante.

Toco a campainha e não demora muito para ela aparecer vestida com um short curto e uma camiseta regata colada ao corpo. Linda! Elisa tem um tipo de beleza capaz de deixar qualquer homem de quatro, foi exatamente isso que ela fez comigo!

— Oi, amor! Eu disse que não precisava vim. — Ela abre um sorriso tão lindo que o meu coração bobo chega até errar uma batida.

Quando ela se inclina em minha direção para beijar-me, desvio. O beijo pega no meu rosto, os lábios que antes esquentavam o meu corpo agora só conseguem me causar repulsa.

— Não precisa mais continuar com esse teatrinho, Elisa. Já descobri tudo!

— Quê? — Ela me olha com semblante confuso.

Deus, como ela é boa atriz!

Por um instante chego até a acreditar em sua inocência, daí me recordo das fotos que estão em minhas mãos e jogo em cima dela.

— A farsa acabou! — Esbravejo irritado — Até quando você julgava que continuaria me enganando, hein?

— O que é isso Matheus?

— Isso, é a prova do quanto fui um idiota.

Ela se abaixa e pega as fotos que caíram no chão, olha para elas e arregala os seus olhos levando uma das mãos à boca. Observo seu lindo rosto ficar pálido, ela perde o equilíbrio e encosta-se na porta. Com certeza não esperava ser descoberta. Ordinária!

— O-on-onde você conseguiu isso? — Sua voz não passa de um sussurro.

— Não importa. — Digo num tom gélido — A única coisa que importa agora é que você não poderá mais me enganar, nem me fazer de trouxa.

— Isto é falso! — Fala com os olhos cheios de lágrimas.

— Sério mesmo que você continuará com esse teatrinho?

— Eu não estou tentando te enganar, Mateus. É verdade! Isso é falso. Jamais teria coragem de trair. Eu te amo!

Seu rosto está coberto de lágrimas, em outros tempos isso me fazia abraçá-la e proferir palavras carinhosas. Hoje só me deixa mais irritado.

— Era isso que eu pensava.

— Amor, realmente não sei o que está acontecendo, mas essa aqui — aponta para a foto — não sou eu!

Suas palavras mexem com algo dentro de mim, me sinto vacilar em minha determinação. Em seus olhos consigo até enxergar… verdade?

M*****a feiticeira! Como ela consegue fazer isso?

— Já chega! — Esbravejo ainda mais irritado com o seu joguinho. — Acabou! Esse aqui, você não engana mais.

— O que você quer dizer com isso?

— O que quero dizer é que espero que você nunca mais apareça na minha frente, se aparecer não responderei pelos meus atos, não queira saber do que sou capaz.

— Matheus, você está de cabeça quente. Vamos entrar. Vou nos servir um copo de suco, conversaremos com calma e colocaremos as coisas em ordem.

— Não tenho nada para conversar com você. Tudo que eu queria dizer, já disse. Acabou! Não me procure mais e agradeça por eu não ter dito tudo que penso a seu respeito em frente dos seus vizinhos.

— Não podemos terminar assim, precisamos conversar, Matheus.

Dou-lhes as costas, mas ainda consigo escutar os seus soluços, soluços de um choro fingido, por ter sua farsa descoberta, não de arrependimento, mas que mesmo assim, sinto quebrar o meu coração.

Ela foi a primeira e última mulher a quebrar meu coração a partir de hoje não darei mais oportunidade de nenhuma outra fazer igual.

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