Após perder os pais em um trágico acidente, Isadora vê o controle da herança da família nas mãos de um homem que finge ser amigo da família, mas esconde intenções sombrias. Sem saída, Isadora aceita um casamento de conveniência com um completo estranho, apenas para garantir os meios de recuperar o que é seu por direito. É então que surge Danilo: poderoso, enigmático e acostumado a obter tudo o que quer. O casamento era para ser apenas um acordo, mas ele se vê irresistivelmente atraído por Isadora. Seu coração, no entanto, é colocado à prova quando os fantasmas do passado voltam à tona, trazendo consigo segredos que ameaçam devastar sua vida – e o futuro que ele começa a desejar ao lado de Isadora. Entre traições, intrigas familiares e um amor que desafia todas as convenções, Danilo precisa decidir até onde consegue ir para proteger a mulher que agora significa tudo para ele. Mas será que o passado vai deixar que eles tenham um futuro?
Ler maisO Thomas era um miserável e começou a tentar fazer da minha vida um inferno depois da morte dos meus pais, para me ter em seus braços.
Em pouco tempo de luto, fiquei sem dinheiro para pagar as despesas do apartamento, para a faculdade e até para colocar combustível no meu carro. Então pedi a Laila pra me arranjar um emprego com a família dela. Ela disse que até poderia, mas que eu jamais teria um salário que cobrisse todas as minhas despesas, e me aconselhou a vender o carro e o apartamento e me mudar para um lugar menor. Coloquei o apartamento à venda, e com o dinheiro que consegui do carro, aluguei uma kitnet e comecei a trabalhar como assistente do pai de Laila. Três dias depois, descobri que o dinheiro do carro sumiu da minha conta, antes de eu pagar a mensalidade da faculdade. Laila sugeriu que eu chamasse a polícia, mas sabia que isso seria inútil. Thomas era muito esperto e não teria deixado rastros. Envolver a polícia só faria com que eu parecesse louca e manchasse ainda mais a imagem dos meus pais. Fiz o que deveria fazer. Tranquei minha matrícula na faculdade e passei a trabalhar para me manter. Ele achava que ao me roubar, eu fosse mendigar ajuda a ele, mas ele estava enganado. Tinha força para lutar pela minha vida. Mas algo inesperado aconteceu, recebi a estranha proposta de me casar com um ricaço no papel. Aceitando, eu poderia manter o apartamento, ganharia um carro novo e um cartão para as despesas. As minhas mensalidades da faculdade dos próximos três anos também estariam pagas. Teria que passar apenas cinco anos casada, e como não tinha intenção de me casar com ninguém ou outra saída viavél para os meus problemas, não vi outra opção a não ser aceitar. Imaginava que meu "marido" fosse um velho excêntrico que adorava fazer coisas absurdas. Enquanto ele não me tocasse, não teria problema nenhum em ser casada com alguém que eu nem conhecia e que mantinha minhas contas em dia. Passei o ano seguinte focada nos estudos e trabalhando para recuperar o patrimônio dos meus pais. Tinha certeza de que dali eu tiraria tudo o que precisava para me vingar de Thomas e recuperar o que me pertencia. Laila me chamava para sair ocasionalmente, mas eu não tinha tempo. Tudo o que aprendia nas aulas, colocava em prática no meu notebook. Precisava me sobressair se quisesse ter minha vida de volta. Se não conseguisse minha vingança ou recuperar meu patrimônio, nunca teria uma vida. Sabia que meu salário do estágio na Psy também seria roubado por Thomas. Fiz um teste com o cartão que meu marido me deu. Abri uma outra conta, em outro banco, com uma pequena quantia, que sumiu em menos de 20 minutos. Parecia que Thomas tinha um rastreador que avisava sempre que eu fazia qualquer coisa em meu nome. Então, eu tinha que trabalhar duro para ser mais esperta que ele e ter minha vida de volta. E durante todo esse tempo, com minha cabeça apenas nisso, não pensei em quanto trabalho e energia teria poupado se tivesse aberto a caixa de tesouros. Fiquei extremamente excitada com a ideia que tive. Mas me repreendi. Peguei as três caixas e coloquei na minha cama, mas não tive coragem de abrir. Me senti uma garotinha de 5 anos de novo, com medo de me decepcionar. Deitei olhando para as caixas e acabei pegando no sono. Tinha bebido vinho demais. Meu coração estava angustiado quando acordei, mas ainda não tinha coragem de abrir as caixas. Me levantei animada e comecei a cuidar das tarefas domésticas do apartamento. Quando casei e não precisei mais trabalhar, percebi que não gostava de ter uma pessoa mexendo nas minhas coisas. Não confiava mais em ninguém e qualquer um poderia ser um infiltrado de Thomas para me roubar os notebooks dos meus pais. Sabia que estava sendo paranoica, mas soube por Alicia que a casa dos meus pais tinha sido vendida logo em seguida, para um homem de boa aparência. Mas antes disso, a casa tinha sido totalmente revista. Thomas contratou uma equipe para isso e também retirou o computador da casa para ser avaliado na empresa. Eu sabia que Thomas poderia infiltrar alguém na minha casa, para roubar os notebooks dos meus pais e ter acesso ao software milionário que meu pai desenvolveu. Então era minha obrigação salvar pelo menos isso deles. Depois de tudo arrumado, liguei para Laila perguntando qual seria o rolê da noite. Laila ficou muito animada por eu finalmente sair com ela e comemorar minha primeira semana de estágio. Coloquei uma boa roupa e fiz uma maquiagem. Mal me reconheci num cropped vinho, calça branca e sandálias de salto. Quase não me lembrava como era me arrumar para curtir a noite. Deixei meus longos cabelos negros soltos e parti para a noite com as minhas amigas. Depois da noitada, fui dormir na casa de Laila. Acordamos bem tarde no domingo e combinamos que comer em um restaurante seria melhor. Saímos para almoçar depois de tomarmos banho e eu peguei uma blusa emprestada de Laila. Um cropped vinho com fios dourados não era roupa para o dia. Como quase não bebi, combinamos que seria melhor eu dirigir, e quando entrei no estacionamento do restaurante, estávamos conversando tão animadas, que não vi o motorista dando ré para sair da vaga e trisquei levemente no carro dele. — Ops, amiga. Acho que bati seu carro. — Bobagem, mal encostou… — ela fala com desdém. — Acho que o outro motorista não pensa o mesmo. — Apontei para o homem de óculos escuros que desceu com a cara amarrada, vindo em nossa direção. Laila riu largamente e descemos juntas. — Você comprou sua carteira de motorista? Não olha por onde anda? — O homem falou em tom irritado, apontando para mim. Até tinha achado a situação divertida por um segundo, e até achei o homem atraente, mas o tom dele me deixou irritada e fez meu sangue ferver. — Primeiro, não coloque o dedo na minha cara. Segundo, sinto muito por ter encostado no seu carro caro. Aqui está meu cartão, o senhor pode mandar avaliar os danos e me ligar informando o valor. — Não é uma questão de dinheiro, mocinha. Mesmo porque, acredito que se você avariasse meu carro, não teria condições de pagar. É uma questão de direção defensiva. Você tem que prestar atenção no que está fazendo, porque tem uma arma na mão e pode ceifar a vida de outras pessoas se não tiver cuidado ao dirigir. — Você é um instrutor de autoescola por acaso? Eu sou muito cuidadosa. Eu mal encostei no seu carro e sei muito bem o que um idiota que não sabe dirigir é capaz de fazer no volante. Se não vai me cobrar o prejuízo, sai da minha frente que estou com fome — Você é uma senhorita muito mal-educada — ele fala incrédulo. — E você, um idiota mal-humorado. Sua mulher deve ter dormido de calça jeans para você ter essa cara de quem chupou limão. — En plus d'être impolie, elle est grossière, impertinente et peu pratique. — Ele ficou tão nervoso que começou a falar em francês, sem nem perceber. — Inconveniente e atrevido é você, seu idiota. — Você fala francês? — Ele suavizou a expressão. — Pra você ver que não sou a pobretona que você achou. Agora, cai fora! Peguei no braço de Laila e já ia indo embora, quando ela me parou e falou: — Me dá a chave, preciso estacionar. Meu rosto queimou na mesma hora em que me dei conta de que desci do carro no meio do estacionamento de um restaurante de luxo e estava batendo boca com um desconhecido pra lá de sexy. Olhei para ele, para me desculpar, e vi que ele me encarava. Antes de eu abrir a boca, ele me deu as costas e entrou no carro, arrancando assim que Laila tirou o carro dela do caminho dele. Laila estacionou na vaga que ele desocupou, desceu do carro, apertou o alarme e falou: — Amiga, quase molhei as calcinhas com aquele homem lindo de morrer e você coloca ele para correr? — Não sei o que me deu. Quando ele começou a falar em direção defensiva, para mim, que perdi meus pais por causa de um idiota, surtei. Peguei pesado, não é? — Pegou, mas deixa pra lá. Não vamos ver ele nunca mais, graças a você! Poderíamos ter pego o telefone e ganhado o almoço com ele, pelo menos. Eu não iria me importar de comer ao lado daquele Deus grego — ela brinca. Reviro os olhos para ela. — Esqueça isso e vamos comer. Ainda preciso te deixar em casa e fazer as atividades da faculdade amanhã.Pedro e Alexa também eram jovens muito bons, o Aleksander e a Juliete não tinham problemas com eles. Aliás, desde que o Aleksander recuperou a memória no parto de Eduardo, Tamires e Breno, eles vivam uma eterna lua de mel. Joseph vinha de Washington para o Brasil duas vezes por ano, ficava na casa de Laila que se apaixonou pelo menino que a ajudou a resgatar o Aleks. A outra metade do ano, passava na casa da Juliete. Ele optou por voltar a morar com o pai, quando descobriu a verdade. Que Vaitiari não era mãe dele e que o usava como um cofrinho. No resgate de Aleks, que o Leandro teve a ideia de Henrieta ligar por chamada de vídeo pra conseguir tirar Gerard da casa, quando invadiram Vaitiari ameaçou o Aleks com uma faca, e foi Joseph quem pediu pra ela não fazer aquilo. Ela gritou com o menino que nem era mãe dele, para ele apelar pro sentimental e ele deu um chute no braço dela, fazendo-a largar a faca e dando tempo para a Laila dar uns boxes nela. Os dois foram presos e Laila até que
Era uma data especial. Eu estava nervosa, porque hoje era dia de coquetel de renascimento na casa da Juliete, como festejamos há 17 anos. Desde o dia em que Aleksander voltou para nós. Me lembrava bem daquele dia, e sentia uma necessidade grande de me conectar com qualquer ser sobrenatural que nos deram aquele milagre. Eu não era religiosa, mesmo que a minha mãe tenha me criado indo às missas aos domingos. Mas fazendo um balanço geral de tudo o que vivi, sabia que sim. Deveria ter um ser superior que olhava pelos humanos e intercedesse por nós. Porque eu passei muita coisa ruim, mas tenho muito mais a agradecer do que reclamar. Os meus pais, que eram meu porto seguro e cuidavam de mim com amor e paciência, morreram em um acidente de carro. Mas dessa tragédia, veio o Danilo, que causou o acidente e se tornou o amor da minha vida. Também veio a percepção de que Tomás, o tio querido que era o melhor amigo do meu pai, era um psicopata maluco com dupla personalidade. Mesmo sendo triste
Quando cheguei na maternidade, a Juliete já estava de camisola e com a bunda de fora. O médico tinha pedido a hidromassagem para acelerar o parto, pois ela estava com dois dedos de dilatação.Juliete sofria, suada e pálida, mas quando entrei em seu campo de visão, perguntou logo:— O que aconteceu?— Porque você supõe que algo aconteceu? — Danilo quem ia assistir, e é a mão dele que vou tentar quebrar dessa vez.— E se por acaso eu que decidi ver agora? Ele já viu um parto seu, e eu que quero acompanhar dessa vez...— Corta essa, Isadora. O combinado foi você ficar com as crianças, e você não é tão sentimental desse jeito. Cadê o Alejandro? Pode me falar qualquer coisa, eu aguento. Estou com dois dedos de dilatação e contrações com espaçamento de quase uma hora. Só vim porque a bolsa está rota e estou com medo de Alexia ficar seca lá dentro antes de dilatar tudo. Vamos, me diga, cadê o Danilo?— Está bem, Juliete. Você sabe que sou uma mulher prática e meias verdades não combinam mui
Quando descemos do avião, Danilo e eu, já sabíamos o endereço e novo nome de Aleksander. Alain e Leandro conseguiram levantar a nova ficha dele. Ele estava trabalhando como ajudante geral em obras. Vivia com uma mulher chamada Vaitiari, que tinha um filho de 8 anos chamado Joseph. Supostamente era um rapaz em situação de rua itinerante, que vivia viajando entre as ilhas para pedir esmolas para os turistas, e estava em Lahaina quando houve a tragédia. Vaitiari assumiu a responsabilidade por informar os dados dele para um novo documento.— Cara, esse Aleksander é um chato em qualquer vida, você é louco — disse depois de ler as informações sobre a nova vida que Aleks estava vivendo. — É sério? O cara tem uma nova chance, um apagão total de tudo o que fez e viveu, e ele assume mulher e filho e vai fazer serviço braçal?— Laila, pare de fazer piada que tudo é muito sério. Sabemos que esse novo estilo de vida foi implantado por Gerard, que enganou Henrieta esse tempo todo, e disse que está
Quando cheguei em Mairiporã, encontrei uma Isa nervosa e apavorada.— Alain me retornou. Gerard vive com essa mulher que faz os gostos dele. Ela está aguardando uma chamada de vídeo nossa, só esperando você chegar.— Mas é madrugada na França agora...— Ela sabe e mesmo assim está aguardando.Depois que fizemos a chamada, vimos chegar na tela uma senhora de uns 50 anos, bem vestida, conservada, com um olhar perdido.— Boa noite, sou Henrieta. Alain me adiantou o assunto, mais ou menos. De verdade, o que vocês esperam que eu saiba?— Henrieta, me desculpe te incomodar uma hora dessas, mas é realmente assustador tudo o que está acontecendo. Você já ouviu falar de Juliete?— Não, mas Gerard era obcecado pela Duex e o CEO, o senhor Danilo. Ele dizia que queria ter sido programador e eu até sugeri ele voltar a estudar, mas ele disse que o tempo dele passou.— Porque vocês foram para o Havaí?— Ele sugeriu termos uma viagem nossa, disse que gostaria de conhecer o Havaí. Ele programou tudo.
Apaguei a tela do celular e fiz uma busca entre a multidão, encontrei com os olhos Leandro, que já estava vindo em minha direção.— Você não vai acreditar com quem eu estava ao telefone.Quando contei toda a conversa que tive com o suposto Aleksander, Leandro me perguntou:— Você acha que pode ser verdade? — Não sei. Era a voz dele. Mas posso ter sido enganada.— Vamos checar, pelo menos. Vou pedir a Elza e ao Eduardo para terminar de conduzir a inauguração. Você já discursou mesmo.Leandro tomou as rédeas da situação. Saímos do local e volta para casa, fui dirigindo. Eu queria mesmo ir direto para Mairiporã — Não podemos, se tivermos que ir para o Havaí, o jatinho está em São Paulo. Precisamos otimizar o tempo.— Tem razão. Seria perda do tempo que já não temos. — Acelerei o carro.Ainda a caminho de casa, Leandro ligou para o Danilo e acionou o viva-voz.— Não, Leandro. Diz pra Laila que ainda não temos notícia diferente de uma hora atrás. Juliete não está sentindo dores.— Coloc
Último capítulo