Angel
Cobri o rosto com a coberta assim que ouvi a porta se abrir. A luz suave do corredor vazava pelo vão e me fazia sentir ainda mais exposta. Me encolhi. Eu não queria conversa, não queria carinho, não queria consolo. Queria desligar.
A voz da mamãe ecoou baixa, cansada.
— Angel, você precisa comer.Fazia horas que ela vinha tentando me tirar da cama, eu sabia. A empregada trouxe o café da manhã, mas eu mal encostei. Tive ânsia só de ver a bandeja.
Me forcei a sentar. O lençol escorregou pelo meu colo enquanto eu ajeitava o cabelo e erguia o olhar. Mamãe estava parada na porta, abatida. Seu rosto carregava as me