Sebastian
Jones entrou na sala sem bater, como sempre fazia quando tinha alguma novidade urgente. Eu fingia ler um contrato qualquer sobre uma luta que agenciei, mas a verdade era que meus olhos estavam em outra dimensão — talvez ainda fixos naquela maldita porta por onde Ellie saiu.
— Senhor? — ele chamou, e a minha atenção voltou lentamente.
— Diga — respondi, puxando as mangas da camisa social até os cotovelos, num gesto automático. Minha pele queimava como se o sangue fervesse por baixo. Eu queria socar alguma coisa. Ou alguém.
— Elleonor foi vista…
Me endireitei, e antes que ele pudesse continuar, me levantei e dei a volta na mesa, encarando-o.
— Onde? — perguntei, mas antes que ele abrisse a boca, outra voz preencheu a sala.
— Onde ela foi vista? — Era Thomas.
Me virei devagar, estreitando os olhos ao ver meu filho no canto da sala, como se fosse parte da mobília. Estava ali encostado, braços cruzados, com a expressão despreocupada típica dele.
— Que diabos você tá fazendo aqui?