Acordo assustada, olhando para o despertador que marca quatro da manhã. Meu celular toca, e suspiro irritada. Quem ligaria a essa hora?
Atendo sem ver o número, minha voz sem ânimo, bocejando.
— Alô? – Minha voz sai rouca, sonolenta.
Escuto uma risada forçada e imediatamente reconheço João. Meu coração acelera, e me sento na cama. Teria acontecido algo com meu pai?
— Dormindo a essa hora? Espero que, quando casarmos, você seja mais ativa. – João pergunta privativo.
Seu comentário sarcástico me faz suspirar. João sempre estava insatisfeito com algo que eu fazia, parecia que jamais iria satisfazer seu ego enorme.
— São quatro da manhã aqui no Brasil. – Minha voz sai sem ânimo, e ele bufa irritado.
— Esqueci desse fuso horário. De qualquer forma, você deveria estar acordada a essa hora. – Ele suspira. – Não pense que, quando casar comigo, vai continuar sendo essa preguiçosa que dorme até tarde.
Suas palavras alimentam minha raiva. O ódio e o descaso com que ele se refere a mim só demonst