Enry
Na minha primeira transformação, corri pela floresta sem nenhum destino em mente e acabei descobrindo um local que se tornou o meu esconderijo quando preciso me afastar de tudo. E, pela primeira vez, vou levar alguém até lá. Nem mesmo os meus irmãos conhecem o lugar.
“Onde estamos indo?”
Naiara pergunta ofegante. Eu sei que a subida intensa do lugar é cansativa, o que favorece que ninguém venha até aqui.
“Você vai ver.”
Continuo guiando-a ao meu refúgio, até que finalmente alcanço o ápice e a visão que tenho é linda. Me sento na grama macia e Naiara se joga ao meu lado, visivelmente cansada.
“Me diz que chegamos, pelos céus, estou morta!”
Volto a minha forma humana e me deito na grama rindo de sua declaração, ela também se transforma e me acompanha. Ficamos deitados lado a lado, admirando as poucas estrelas que ainda resistem a chegada do amanhecer. O céu começa a clarear lentamente, a lua se tornando esmaecida e as estrelas se apagando aos poucos. O som dos pássaros nas árvores