YanPreciso me concentrar e fazer uma força imensurável para me afastar de Marry. Hoje eu a chamei para treinar o seu poder, e não para me enterrar em seu corpo.Solto sua coxa, desgrudo meus lábios dela e me afasto.— Mais tarde, agora temos que treinar o seu poder. Precisa aprender a controlá-lo.— Como vou treinar vestida deste jeito? — questiona com seus olhos escuros fixos em mim.Sorrio com malícia, pois se ela achou que se livraria do treinamento por causa da roupa que usa, a bruxa se enganou.— Foi opção sua vir vestida assim, escrava. Escolheu o que queria vestir para o treino de hoje — Viro-me de costas e retiro a espada do meu cinto, afasto-me dela alguns passos. Nada de treino com armas, somente magia. — Para o próximo treino terá roupas adequadas.Jogo a arma no chão de terra batida. A área de treinamento é ampla e iluminada por tochas por toda parte. Volto para a direção da mulher que me aguarda, e as luzes refletem em sua face.— Eu não tenho opções, Majestade. Era esta
LiamYan pensa que é o mais poderoso, se aproveitou do título de primogênito, o filho que carregaria “Kall” no nome, para assentar no trono do rei alfa quando ele faleceu.Mas aquele trono deveria ser o meu. Meu pai era um alfa que não respeitava a sua Luna e por isso era cercado de bastardos, e eu sou um deles. Mas o fato de que eu não seja reconhecido como um filho legítimo, não tira de mim o meu sangue, o sangue do alfa que corre em mim, ainda mais forte do que o que corre em Yan. Eu deveria ser o alfa, e nem mesmo como beta ele me nomeou.Deixou claro que não repetiria o erro do pai em deixar centenas de bastardos espalhados por aí. Suas palavras feriam meu ser, mas nunca deixei transparecer. A melhor arma é estar perto daquele que quer derrubar. Enry é o ponto fraco de Yan, pegando o menino, teremos o rei alfa nas mãos. Ele me daria seu reino e qualquer coisa mais que eu pedisse. Mas infelizmente sozinho não sou capaz de nada e fui obrigado a me aliar a Vik.Vik é uma alfa viúva
MarryTer minha mãe comigo me deixa mais tranquila em ralação a sua segurança, mas também me traz sentimentos conflitantes. Pensar que ela viu sua filha morrer nas mãos do Fosso e ainda sugeriu que eu o alimentasse... Ela não temia perder mais uma filha? Eu sou mãe e tenho certeza quando digo que não arriscaria a vida de meu filho por nenhum motivo, nem mesmo pela minha vida.Fico me questionando se devo avisar ao rei o que está acontecendo, o que estão armando. Ao mesmo tempo que sou grata por ter me livrado, e agora também livrou a minha mãe, de todo o terror que é ser escravo nos campos de trabalho, ainda assim tudo o que passei, e também os outros escravos passaram e passam até hoje, é culpa da cultura de escravidão criada pela família de Yan. Avisá-lo pareceria traição. Mas também, não avisá-lo não parece ser muito diferente já que sou mãe do filho dele, seu primogênito.Hoje mesmo, antes de sair com meu filho e minha mãe para o banho de Sol de Enry, me senti em dúvida do que diz
YanHá algo de errado e eu preciso descobrir. Nenhum sinal dos lobos cinzas. Aqueles que viviam rondando meu território, desapáreceram. Eu até poderia dizer que eles desistiram, mas se eu conheço a rainha Vik, aquela mulher não desiste. Ela não desistiu, mas está tramando algo. O problema é descobrir o quê e se há alguém de dentro envolvido. Neste caso eu arrancaria o seu couro ainda em vida, para que sirva de exemplo para os outros.Huan está comigo, ajudando-me a analisar as movimentações anteriores dos Cinzentos sobre um mapa, a minha intenção é tentar traçar um padrão em suas aparições e assim descobrir qual a relação entre os locais onde eram vistos e o sumiço repentino de todos eles. Algo me diz que tenho algo grande a descobrir.— Majestade, acho que teremos que chamar os batedores. Eles terão uma melhor noção sobre onde esses lobos cinzas eram vistos — Huan diz e eu o encaro. Ele tem razão.— Então vá chamar os que estiverem livres agora.— Sim senhor — Imediatamente meu beta
MarryMinha pele gritava devido as últimas agressões que havia sofrido. Ser escrava significa que qualquer erro, por mínimo que pudesse ser, ele era descontado em seu corpo: dias sem comer; escassez de água e o mais comum: as chicotadas. Ontem derramei água por estar fraca demais e minha recompensa foram vinte chibatadas.Minhas costas estavam queimando, os cortes recentes ainda se fechando e nada podia encostar na pele dolorida, por isso estava deitada de bruços sem nada na parte de cima do corpo. Sobre minha pele ferida, minha mãe havia colocado ervas para ajudar na cura e evitar a infecção.Preocupada, minha mãe disse:— Precisa se curar, minha filha, em três dias é a visita do rei. Ele não gosta de ver nenhum de seus escravos deitados, doentes... tudo ele julga como fraqueza e manda matar.Eu respondi:— Aquele rei desgraçado, eu queria muito arrancar a face dele com as unhas.— Fala baixo, filha, se alguém te ouvir podem levar suas palavras ao rei e então estará perdida.Gemo bai
YanA escolhi por dois motivos: seus olhos negros e desafiadores e seu poder de fogo. Preciso de um herdeiro, mas não quero uma companheira. Também não quero uma mulher maculada, por isso escolhi uma virgem. Resolvi unir a utilidade de uma escrava pessoal e possível genitora do meu filho com uma habilidade que pudesse me ser útil em um futuro próximo.A guerra se aproxima, meu reino estará exposto, meu império de lobos será abalado se eu morrer e não houver um herdeiro para herdar o que conquistei.O som na porta me desperta.Eu ordeno:— Entre.— A escrava, senhor — A serva avisa e, ao se afastar, o meu lobo desperta ao ver a mulher linda na minha frente. O corpo imaculado vestindo apenas o tecido banco fino e transparente.Marry se assusta ao ver o lobo negro gigantesco se aproximar dela, mas logo se recupera e se mantém inabalável em seu lugar. Gostei disso nela, silenciosa e controla o medo como poucos conseguem. Perfeita.Cheiro a beldade na minha frente. Seus cabelos foram domad
Marry O fogo me consumia, sentia minha carne se rasgar e encolher. Meus ossos ficaram expostos, minha garganta se secando e a pele rachando. Meus cabelos pegam fogo e uma dor lancinante atravessa meu corpo quando o osso de minha perna se racha. A dor me paralisa, há somente o grito atravessando a minha garganta e nem sei como, pois já estou quase completamente consumida pela chama. Minha carne está enegrecida, torrada, há somente restos ainda agarrados aos ossos. Continuo gritando por uma eternidade e então sinto um alívio. — Será que morri? — penso. Meu corpo relaxa e então eu desperto. Assim que abro os olhos me arrependo, pois vejo o motivo de meus pesadelos na minha frente. O homem que em outro momento poderia simplesmente me pedir para dormir com ele que eu aceitaria. Não precisaria de ameaças ou de tortura. Mas ele só tinha a beleza externa, seu interior era podre e era isso que eu via agora na minha frente. Um rei mesquinho, rude e cruel. Ele me salvou do meu pesadelo, mas
Yan Meu reino, meu império, está em festa. Com três meses de vida, meu filho será apresentado a todos como o meu primogênito. O futuro alfa, aquele que conduzirá o império dos lobos negros após a minha partida. O alfa híbrido, descendete de uma bruxa poderosa. Quando Marry explodiu em fogo negro, entendi o que ela quis dizer. O fogo que ela carregava era frio como a morte, não queimava, mas sugava a vida de tudo o que ela desejava sugar. E meu filho trará seu poder dentro de si, junto com a força e dominância de um alfa. Enry está em meus braços. Tecido preto, como o carvão, bardado com fios dourados envolvem o corpo nu do meu filho. — O primogênito do alfa! — pessoas gritavam. — Nosso futuro rei! — outros completavam. Com o som avassalador, meu filho abre seus olhinhos verdes e resmunga. As mãozinhas com dedinhos esticados buscam por segurança, algo que lhe tire da cacofonia histérica dos súditos que estão no pátio do castelo. Assim que surjo na varanda destinada a discursos p