Narrado por Luciano Brown
Por mais que os anos passassem, algo que não havia mudado em Marianne era sua capacidade de me surpreender. Tê-la ao meu lado no carro não estava programado, pensei que ela me insultaria nas próximas cinco vezes que me visse, mas não. Estou dirigindo para o hotel onde estou hospedado.
— Gostaria de levá-la a um lugar melhor, mas é o mais seguro que me ocorre a esta hora e nestas circunstâncias — comento com "indiferença".
— Tudo bem. Não importa. Não quero ir para o meu apartamento — menciona abatida.
Marianne por si só é uma mulher peculiar, no entanto, sua peculiaridade costuma ter um motivo de ser. Ela tem divagado em silêncio tanto, que já estou chegando ao hotel. Estou trazendo-a para um hotel, e ela não protesta ou me faz algum comentário sarcástico. Deve ter brigado com o babaca.
Não aprofundo na ferida, não peço explicações ainda. Simplesmente me dirijo ao meu local de estadia por estes dias. Digo dias porque mudei três vezes de hotel desde que cheguei