Se eu tivesse que dizer algo bom sobre minha prisão atual, é que servem comida deliciosa. Estou saboreando um bom almoço, cordeiro com purê de batatas. Já haviam se passado mais de 24 horas desde minha chegada a este quarto. Como eu sabia? Uma enfermeira teve pena de mim e me trouxe um relógio de mesa.
Então, estou cortando a carne com meus talheres com a paciência que decidi demonstrar após minha negociação com Julia. Era questão de tempo até que meu flamante marido aparecesse.
Como suspeitei, vejo a porta se abrir com um grande buquê de rosas brancas surgindo. É carregado pelo sujeito em questão. Luciano chega com elas, uma bolsa pendurada no braço e um sorriso tímido.
— Está melhor? — pergunta.
Lanço-lhe um olhar fatal e continuo comendo. Não deixaria que ele estragasse minha comida. Ele suspira.
— Ver você comer com esse apetite me dá um bom indício da sua saúde. Não a forma como está me olhando...
— Olhando como? Com o desprezo merecido por ter me deixado presa neste lugar? Espero