Luciano reclamando de uma situação que ele mesmo provocou não é nem surpreendente, nem digna de alguma reação forte da minha parte. Que esteja olhando como se fosse partir para cima de Mateo em três segundos, também provoca o óbvio, que este se sinta intimidado.
—Não estávamos falando de nada importante. Estão me chamando ali... — comenta Mateo para depois se afastar de nós.
Meu marido agora é para mim que olha com essa expressão de valentão. Não me incomodo em repreendê-lo ou me defender. Não tinha sentido.
—Estou esperando uma explicação — diz.
—Eu também estou esperando uma. Por que você chega a essa hora? Nem ao jantar conseguiu ser pontual — lembro a ele.
De repente, a expressão de Luciano muda, ele sorri e pede a uma garçonete que passa por perto uma das bebidas que ela leva em sua bandeja. Ele bebe.
—Estou cansado de fazer essa cena de ciúmes para você. Vamos pular isso e chegar à oferta de uma recompensa para acalmar minha possessividade — fala esse louco.
Estreito meus olhos.