Deve ser culpa do vinho que me sinto assim, ansiosa para saber onde Luciano está. Pego meu celular, me deito no sofá novo e deixo a taça no chão. Tiro minhas sandálias e ligo pra ele. Me atrevo a ligar pela primeira vez, porque se dependesse dele, nunca aconteceria.
O celular toca e toca, sem resposta. Até que consigo, o som do atendimento me faz sentir nas nuvens, ou seria o álcool? Tento falar primeiro, a voz não sai. Não sei o que dizer.
—Quem é?
Caio na real. Não é a voz do Luciano. É a voz de uma mulher.
—Sou Marianne. Quero falar com o Luciano. Pode ser? — respondo tentando soar firme.
—E quem é você, Marianne? — volta a questionar a mulher.
—Sua... noiva.
Com minha resposta temerosa, o que escuto em troca são risadas. As risadas debochadas dessa mulher desconhecida que atendeu o celular.
—Sei, claro — diz e desliga.
A surpresa passa rápido, tateio pelo chão até achar minha taça e viro até o fim. Meu celular toca. É Luciano. Atendo.
—Tudo bem? Teve algum acidente? — pergunta ele