Aquiles
Eu sou um homem observador. É esse um dos motivos que me faz ter total consciência que o velho Escobar sabe tudo que seus familiares aprontam. O seu dinheiro e poder é mais que suficiente para que tenha olhos e ouvidos em toda parte. Não me espantaria se ele descobrisse o contrato entre eu e Felipa, por isso minha estratégia é usar isso meu favor.
Entramos em seu escritório pessoal e ele foi direto ao uísque.
— Eu vou morrer. Não preciso me privar das coisas boas — fala quando meu olhar cai sobre o copo.
Apenas sorrio. É um velho teimoso.
Ele serve uma dose para mim e aponta o sofá com a bengala antes de sentar com seu copo.
— Então, que tipo de conselho veio pedir?
Pego o copo que ele serviu para mim e bebo um gole antes de responder.
— Eu fiz uma grande merda com a Felipa. Mas foi a única forma que achei. Porque eu não iria simplesmente cortejá-la.
O velho ri que quase engasga.
— Rapaz, ninguém mais usa essa palavra.
Dou de ombros.
— Conta o que fez.
— Eu a obriguei a assina