Felipa
— Filha, o que houve hoje?
— Aconteceu que eu não podia ter contado nada para vocês. Podemos ser processados se isso espalhar. E aquele imb... homem — me corrijo — pode nos colocar na cadeia.
A cara do meu tio não é nada boa.
— Terei uma conversinha com esse senhor. Ele não pode nos ameaçar assim. Somos pessoas decentes.
— Não precisa, tio. Eu aceitei os termos dele. Assinei o contrato.
— Filha, como vai ter um filho de alguém assim? — ele insiste enquanto me tia nos observa. — Filho é uma coisa séria.
É meio difícil colocar na cabeça dele que ter um filho nesse caso não passaria de um trabalho.
— E não para por ai... — aproveito que a garrafa de café perto e despejo um pouco na caneca que sempre acompanha a garrafa. — Já que terão que assinar o tal documento de confidencialidade vou contar tudo. Também terei que casar com ele.
— Mas não seria barriga de aluguel? Estou confusa. — Minha tia fala enquanto volta a mexer na receita que prepara.
Dou de ombros.
— Um casamento por con