Clara mandou mensagem avisando que não voltaria com a gente. Ruan chamou um Uber e foi embora mais cedo, pois tinha que trabalhar no dia seguinte.
Então restou só eu e Alex. E um abismo gigantesco entre nós.
A volta também foi desconfortável, o silêncio que se instalou dentro do carro me deixou apreensiva, triste e com um baita nó tapando minha garganta.
Alex ligou o som e, por o destino ser tão cruel às vezes, a música que tocou foi a mesma que dançamos no dia do churrasco, em sua casa.
Soltei um longo e pesaroso suspiro.
— Acho melhor eu mudar — avisou. — Se importa?
Senti um frio incômodo na barriga. A ansiedade tomou conta de mim, as lágrimas, que eu tanto havia segurado, ameaçavam escapulir dos meus olhos.
— Tanto faz — respondi e ele trocou de estação.
Seguimos sem dizer nada, e isso destroçou minha alma.
Alex embicou o carro em frente à minha casa, uma mistura de alívio e medo me invadiu.
Desci, com as pernas trêmulas.
Quando eu estava prestes a abrir a