Camila narrando :
Depois de tomar o café, fui pro quarto me arrumar. Peguei uma roupa simples, vesti devagar, sentindo o peso da situação. Ainda era difícil acreditar em tudo que tinha acontecido. Em poucos dias, minha vida virou de cabeça pra baixo. Expulsa de casa, grávida, sem saber direito o que fazer. Mas Maria estava comigo, e isso me dava um pouco de conforto.
Quando terminei de me arrumar, voltei pra sala, onde Maria já me esperava com a bolsa na mão.
— Tá pronta, filha? — ela perguntou, me olhando com aquele jeito protetor dela.
— Tô, né… — suspirei, pegando minha bolsa. — Não tem muito o que fazer, né, Maria?
Ela sorriu fraco e passou a mão no meu cabelo.
— Tem sim, Camila. A gente faz o que precisa ser feito, um dia de cada vez.
Saímos juntas, pegamos um ônibus e seguimos pro posto de saúde. O caminho foi silencioso, só o barulho da cidade ao redor. Eu olhava pela janela, pensando em tudo que tava acontecendo. Será que Guilherme ia voltar um dia? Será que eu conseguiria cri