Capítulo 31
Camila narrando
Quando o Guilherme disse que eu podia ficar, senti um alívio tão grande que quase chorei de novo. Mas me segurei. Já tinha chorado demais por hoje.
Me ajeitei no sofá, passando as mãos no vestido meio amassado. Minha cabeça ainda estava uma bagunça, e o silêncio do apartamento fazia tudo parecer ainda mais real.
Guilherme sentou do meu lado, os olhos atentos em mim.
— Quer falar sobre isso? — ele perguntou.
Suspirei, apoiando os cotovelos nos joelhos.
— Meu pai… ele não quer que eu escolha nada. Ele só decide e pronto. E eu não posso fazer nada, porque ele tem tudo planejado, tem o dinheiro, tem o poder… E eu? Eu sou só a filha dele, e tenho que obedecer.
Senti a raiva crescendo dentro de mim, mas também uma tristeza imensa.
— Ele acha que eu sou um objeto, que pode me dar pra quem ele quiser.
Apertei as mãos com força. O rosto do Albert veio na minha mente, aquele jeito dele de achar que já tinha tudo garantido, como se eu fosse parte do contrato.
— Eu nã