Luiz ria a vontade dos colegas.
- Vocês são todos bons de lábia e estão se rasgando de inveja do garoto. - Impossível! Ele deve ter pago para ela vir aqui. O cara não tem nem barba na cara e pegou esse avião? - Pede a ele para dar umas aulas para vocês. Wendel não olhou para eles. Olhava para Bia sempre sorrindo como se estivesse apaixonado. - Eles estão nos encarando como se fossemos de outro mundo. - Será que engoliram? - Com certeza que sim. Bia respondeu passando a mão pelo rosto de Wendel. - Seu patrão e que não está com cara de amigo. - Ele é assim o tempo todo. - Socorro, o homem parece um bloco de gelo. O olhar de Bia as vezes cruzava com o de Léo e ela estava sempre com um leve sorriso. - O amigo e outro naipe. Que coisa mais linda. - Pronto, primeiro dia de namoro é você já está me traindo. Bia deu uma risada tão gostosa que todos a olharam com inveja de Wendel. Então ela matou com um selinho nos lábios dele, Wendel ficou rubro de vergonha. - Vocês estão juntos a muito tempo? Luiz perguntou a Wendel. - Três anos. - Hum, já tem um bom tempo. Rui já não está aguentando, vira o resto do whisky e se levanta. - Eu tenho que ir. - Mas já? Léo o encara confuso. - Vai para outro lugar? - Não, vou encerrar por hoje. - Então bom descanso. Elaine e Heloísa se entreolharam, Nem Rui ou Léo lançaram um único olhar para elas, não importa o que fizessem. Léo geralmente sai com Rui, mas hoje ele simplesmente não conseguiu arredar o pé. A visão a sua frente era divina e iria curtir mais um pouco. - Dr Léo posso te acompanhar em uma bebida? Elaine que se insinuava o tempo todo para ele, ocupou o lugar de Rui. - Não somos todos iguais? - Bom, o Sr Rui se foi, vamos te fazer companhia para não ficar sozinho. - Só não pense demais. Ficaremos só na bebida. - Não pensei nada diferente. Heloísa fez beicinho, foi claramente rejeitada em sua investida. Alguns dos rapazes já tinham arrumado uma ficante e a mesa só sobrou Léo e Júlio bebendo junto com Elaine e Heloísa que não arredaram o pé. - Wendel senta aqui para a gente conversar um pouco. - Claro Dr. Amaral. -Leo! Wendel, não precisa de tanta formalidade. - Combinado. O Sr Castilho foi embora cedo hoje. - Ele não está com o melhor humor hoje. - Ele nunca está. - É verdade. - Então, o que você faz Bianca? - Eu trabalho com eventos e cerimoniais. - Bacana. Onde você trabalha? - Na verdade estou procurando um espaço para montar uma loja. Tenho uma no interior. Mas pretendo abrir uma aqui em BH. - Posso te ajudar com isso. - Sério? Seria ótimo. Wendel não anda tendo tempo para me ajudar. Depois de anotar o contato dela, Léo ficou muito satisfeito. Aguentar aqueles malas valeu a pena. No dia seguinte, Rui estava elétrico e não deu uma folga para os assessores, principalmente Wendel. Queria tudo para ontem e que mal humor. - Gente o que Deus viu hoje? Heloísa estava amando pôr lenha na fogueira. - Wendel, anda logo com essas pastas ou no final do dia não terá um emprego. Quando Deus está assim, cabeças rolam. - Vocês duas não têm o que fazer não? - Claro que temos, olhar você trabalhar é inspirador. Logo Luiz entra com várias pastas GT - Vocês duas revisam esse material e fazem o agendamento necessário. Alguns pedidos precisam ser enviados, é para ontem. As duas pegaram em silêncio e entraram na sala. Pouco depois Elaine saiu e foi ao banheiro enquanto Heloísa levou alguns papéis e colocou na gaveta de Wendel. Sairam todos para almoçar e Wendel encontrou na sua mesa. Por sorte, decidimos o contrato e um pedido que deveria ter sido planejado naquele dia. Wendel saiu da empresa e foi diretamente ao fornecedor para acelerar o pedido. Se o pedido não fosse entregue teria atraso na obra e o prejuízo seria grande para a empresa. No entanto, Rui pediu que ela o acompanhasse em uma reunião. Luiz estava em outra cidade a trabalho e só voltaria no final da tarde. - Onde está o Wendel? Rui notou que ele estava ausente, faltavam vinte minutos para a reunião. - Não sabemos. Voltamos do almoço e ele não apareceu mais. Rui ligou. - Onde você está? - Tive que vir ao fornecedor. - Tem que estar no circuito três em menos de vinte minutos. - Não há tempo. Estou a meia hora da empresa e o trânsito está todo agarrado. Rui desligou sem falar mais nada. Estava claramente furioso. - Heloísa pegue as pastas e me acompanhe. Quando Wendel voltou à empresa ficou sabendo o que aconteceu com o pedido e descobriu que Heloísa era culpada. Rui chegou no final da tarde e deu um esporro nele. - Você sabia que tinha que me acompanhar e me deixou na mão. - Sr Castilho, entendi que o Luiz iria com o Sr. E se atrasasse a entrega do material, a Obra ficaria parada. - Não quero desculpas Wendel. O pedido era para ser enviado pela manhã. - Sim, mas foi colocado na minha gaveta e não foi enviado. - Não quero desculpas. Você engavetou um pedido importante. - Não fui eu Sr Castilho. - Chega! Não quero mais desculpas. O tempo que está aqui justificando o injustificável, o trabalho está em atraso. Wendel saiu da sala magoado, afinal ele tinha certeza de que foi boicotado por Heloísa. Mas Rui não o deixou explicar. Entrou na sala das secretarias e descarregou. - Escuta aqui Heloísa, você está pensando nos limites. - Do que você está falando? - Você colocou o pedido que tinha que ser feito pela manhã na minha gaveta. - Você está delirando. Não faz o seu trabalho direito e quer culpar os outros. Não estive em sua sala. - Não sei qual é o seu objetivo, mas estou te avisando que é melhor parar. Não vai gostar quando eu revidar! O telefone na sala de Wendel estava tocando e ele teve que sair para atender, virou e saiu sem ver o sorriso cínico no rosto de Heloísa.