Por causa do Sterling, a raiva que ela sentia da confusão no escritório foi, pouco a pouco, desaparecendo.
Às vezes, Clarice pensava que, na verdade, era uma pessoa fácil de agradar. Bastava que Sterling demonstrasse um pouco de sinceridade, só um pouco, e ela já estaria satisfeita. Mas o problema era que ele sequer tinha coração para dar a ela... Quanto mais sinceridade!
Vendo-a tão calada, Sterling desviava o olhar para ela de tempos em tempos. Sempre que via o reflexo daquela expressão serena no vidro do carro, sentia uma tranquilidade estranha, quase inexplicável.
Ele sabia muito bem que não amava Clarice, mas gostava da sensação de paz que a presença dela trazia. Era como se, ao lado dela, o tempo desacelerasse. Tinham se casado há apenas três anos, mas já parecia que dividiam a vida como um casal veterano de décadas.
Sabendo que Clarice estava com pressa, Sterling acelerou o carro. Não demorou muito para que chegassem ao hospital.
Assim que o carro parou, Clarice se despediu ap