Sterling parou os passos e virou-se para olhar Teresa. Seu olhar era frio como o gelo.
— Naquela noite de chuva, você salvou a mim e à minha mãe. Durante todos esses anos, eu já paguei por essa dívida.
Sua voz era tranquila, quase desprovida de emoção, e sua expressão não revelava qualquer mudança em seus sentimentos.
Clarice ouviu Sterling mencionar a palavra “mãe” pela primeira vez. Ela percebeu que o corpo dele estava tenso, como se uma corda invisível o estivesse puxando ao limite. A mão dele, que segurava a dela, apertava com força.
O que teria acontecido naquela noite de chuva para que ele reagisse dessa forma?
Clarice se lembrou do estojo que Túlio havia lhe dado. O que havia dentro dele? De repente, ela foi tomada por uma forte vontade de abrir o estojo e descobrir.
— Se você não me ama, por que, na noite do seu casamento, você deixou Clarice sozinha e veio atrás de mim? — Teresa gritou, com a voz cheia de frustração.
Ela não conseguia aceitar. Depois de tantos an