Teresa falou com a voz embargada, carregando um tom choroso que fazia qualquer um sentir pena dela. Callum rapidamente imaginou a situação e, em sua mente, teve certeza absoluta de que era culpa de Clarice novamente. Ele concluiu que precisaria conversar seriamente com Clarice. E, se ela não colaborasse, não hesitaria em dar uma lição nela. — Teresa, qualquer coisa que você precisar, me diga. Eu vou te ajudar. Não vou te forçar a falar sobre o que não quer. Descanse bem, eu estou indo embora. — Callum disse, antes de se virar e sair do quarto. Quando ouviu o som da porta se fechando, Teresa se virou na cama, mordeu levemente os lábios e começou a tirar a bandagem do pulso. A verdade era que o ferimento não era profundo, nem grave. O sangue na gaze? Ela mesma havia colocado ali. Sua tentativa de suicídio não passava de encenação. Mas, agora, ela percebeu que nem mesmo isso havia sido suficiente para segurar Sterling. Precisaria pensar em outra estratégia. … Clarice dormia p
Clarice sentiu o corpo inteiro se enrijecer. — Sterling, eu não quero! — Eu nem tô fazendo nada. Só quero te deixar confortável. O que foi? Não gosta disso? — Eu não tô confortável, quero dormir! — A voz de Clarice saiu apressada, e sua mente já começava a imaginar o que faria caso ele tentasse forçá-la. — Eu estou te agradando desse jeito, e você ainda diz que não está confortável? Sra. Davis, você está mentindo. — Sterling murmurou, enquanto seus dedos apertavam suavemente a pele delicada dela. As palavras que ele sussurrou ao seu ouvido foram completamente indecentes. Clarice o empurrou com força, rolando para longe dele na cama. Apesar do impulso, ela se controlou para não cair no chão, preocupada com a barriga. Apenas conseguiu criar um pouco de distância entre eles. Sterling estreitou os olhos para ela, seu olhar carregado de emoções difíceis de decifrar. Era óbvio que ela estava rejeitando qualquer aproximação. Ele não podia evitar pensar: seria por causa de Asher? O
Na verdade, se Sterling tivesse prestado um pouco mais de atenção nela, teria percebido que Clarice não menstruava desde o mês passado. — Você está me acusando de não prestar atenção em você? — Sterling pressionou a mão contra a testa, mas o sangue continuava a escorrer sem parar. Seu humor estava péssimo. Ele, o marido legalmente casado, sendo ferido pela própria esposa enquanto fazia amor... Se isso vazasse, onde estaria sua dignidade? Clarice deu uma rápida olhada na testa dele e evitou discutir. Ela se virou e foi até o closet. Poucos minutos depois, voltou vestindo uma roupa casual que a fazia parecer jovem e adorável. Ela caminhou até Sterling, pegou o roupão que estava sobre a cama e o ajudou a vestir. — Sua testa está sangrando demais. Não dá tempo de trocar de roupa. Vista o roupão assim mesmo. Sterling apertou os lábios e a encarou. — Você quer que eu saia sem cueca? Clarice, o que você está planejando? Clarice sentiu o rosto queimar de vergonha. Ela foi até o c
— Sterling, desce você mesmo. Eu vou estacionar o carro. — Clarice tentou manter o tom de voz o mais natural possível. Sterling arqueou as sobrancelhas, com um sorriso frio nos lábios. — Você me acertou na cabeça e agora não quer se responsabilizar? Era óbvio que ela queria fugir. Achava que seria tão fácil assim? — Não foi isso! — Clarice negou rapidamente. Ela só estava constrangida, não era uma questão de fugir da responsabilidade. — Então eu vou com você estacionar. — Sterling respondeu com indiferença, ignorando completamente o grupo de pessoas que estava esperando do lado de fora. Clarice mordeu os lábios, frustrada. — Você está perdendo sangue, desce logo do carro! Que homem complicado! Por que ele fazia tanta questão de que ela ficasse com ele? — Clarice, vamos, seja honesta. Você não quer se responsabilizar por mim, é isso? — O olhar dele ficou ainda mais penetrante, como se pudesse ler exatamente o que ela estava pensando. — Chega, para de falar e desce!
Sterling foi ajudado por Clarice a sair do carro, praticamente jogando todo o peso do corpo sobre ela. Quando chegaram ao elevador, Clarice já estava suando de cansaço. Sterling se escorou casualmente na parede do elevador, observando-a com atenção. O rosto dela estava corado, como se tivesse acabado de terminar uma corrida ou algo mais intenso. Ela era incrivelmente bonita. Só de olhar para ela, Sterling sentiu seu humor melhorar um pouco. Ao chegarem no andar, Sterling foi encaminhado diretamente para a sala de emergência. Na verdade, sua condição não era tão grave a ponto de justificar isso, mas a equipe médica estava visivelmente preocupada, temendo que algo mais sério pudesse acontecer. Assim que as portas da sala de emergência se fecharam, Clarice desabou em uma das cadeiras do corredor e soltou um longo suspiro. Durante todo o trajeto, Sterling parecia não ter ossos, apoiando-se completamente nela. Ele quase a deixou exausta. Clarice mal teve tempo de descansar quando
Clarice sentiu a dor ardente na bochecha enquanto levantava o rosto para encarar os olhos cheios de raiva de Teresa. Com uma das mãos, ela massageou o rosto enquanto se levantava. Clarice era mais alta que Teresa e, nesse momento, olhou para ela de cima para baixo com um sorriso frio no rosto. — Eu e Sterling só estávamos curtindo um momento de casal. O que isso tem a ver com você? — Sua vagabunda, sem vergonha! — Teresa gritou enquanto levantava a mão novamente para dar outro tapa. Os olhos de Clarice brilharam frios, e, em um movimento rápido, ela segurou o pulso de Teresa com firmeza. Em seguida, revidou com um tapa estalado no rosto dela. — Me chamar de vagabunda e sem vergonha? Teresa, não se esqueça de que Sterling ainda é meu marido legal! Você já está tanto tempo no papel de amante que começou a acreditar que é a esposa? Clarice normalmente ignorava os boatos e os tópicos de redes sociais envolvendo Sterling e Teresa. Ela sabia que se importar demais só a machucaria
Clarice deu uma risada leve, com os olhos brilhando e o sorriso curvado. — Ele te ama, mas não te assume, te mantém como amante... Que homem lixo! No passado, ouvir Teresa dizer essas coisas a machucava profundamente, e ela ficava dias remoendo. Mas agora, para Clarice, Sterling não era mais nada além de um parceiro de negócios, não o amor de sua vida. Para um parceiro, ela não tinha expectativas de fidelidade ou exclusividade. Por isso, ouvir Teresa repetir essas palavras agora não causava nela nenhuma grande emoção. — Se não fosse você, que não teve vergonha de seduzi-lo e levá-lo para a cama, ele nunca teria te levado para o altar! — Teresa retrucou, sua voz carregada de rancor. A lembrança do dia em que Sterling anunciou que iria se casar com Clarice ainda era uma ferida aberta. Na época, ela sentiu como se tivesse levado uma facada no coração. Ela realmente acreditava que Sterling ficaria ao lado dela para sempre, esperando por ela. Mas, sem nenhum aviso, ele jogou a not
— Chega, não fale mais nada. Vou levar você para a sala de emergência! — Sterling disse em tom suave, mas seu rosto escureceu ao ver Clarice ainda parada ali. — Fique aqui fora e espere. E não pense que vai fugir da responsabilidade! Quando Clarice ouviu as palavras "nosso filho", sentiu uma pontada de dor no peito. Respirou fundo, tentou se recompor e, só então, respondeu: — Sterling, não fui eu que a empurrei! Há câmeras, veja você mesmo! — Não preciso ver as câmeras. Confio no que meus olhos viram! Clarice, se o filho dela sofrer qualquer coisa, você estará acabada! — Sterling disse com uma frieza que cortava como gelo, e seus olhos eram tão afiados quanto lâminas, como se pudessem rasgá-la ao meio. Clarice respirou fundo, os lábios se moveram como se fosse falar algo, mas no fim ela permaneceu em silêncio. Se algo acontecesse com o bebê de Teresa, ela também se sentiria culpada. Afinal, foi sua provocação que levou Teresa a cair. Os médicos chegaram rapidamente. Clarice