Clarice cambaleou, e Jaqueline imediatamente a segurou pelo braço.
— Clarinha, você está bem?
Clarice forçou um sorriso para tranquilizá-la e se virou para o médico:
— Doutor, eu vou tentar resolver a questão do remédio. Agora vou ver minha avó. Com licença.
Sem esperar pela resposta, ela puxou Jaqueline e saiu do consultório.
O médico observou as duas se afastarem e soltou um suspiro pesado. Sabia que, no fundo, Clarice entendia que gastar dinheiro com os medicamentos apenas prolongaria o inevitável. Mesmo assim, ela insistia, como se carregasse o peso do mundo nas costas.
O que ele não sabia era que para Clarice não se tratava apenas da vida de sua avó. Ela queria desesperadamente preservar algo que considerava ainda mais valioso: um lar. Se sua avó partisse, ela não teria mais ninguém. Ficaria sozinha no mundo.
…
No quarto da UTI, a avó de Clarice ainda estava inconsciente, conectada a diversos aparelhos. Seu corpo, antes cheio de vida, agora estava reduzido a pele e o