Sofia estava bem. Pelo menos fisicamente. Eu a deixei com Simone, e quando saí seu pequeno corpo descansava nos braços da governanta, que a embalava suavemente enquanto sussurrava palavras tranquilizadoras. Mas eu sabia que, dentro dela, o turbilhão ainda não havia cessado. Nem dentro de mim.
Eu não queria, de forma alguma, deixar Sofia. Mas, depois de envolver a polícia em seu desaparecimento, precisava lidar com as consequências daquele dia caótico. Ainda restava algo a ser resolvido—prestar esclarecimentos para que tudo, enfim, chegasse ao fim. Dei meu depoimento, mas omiti qualquer menção a Celina. Não queria que a polícia a exaurisse com perguntas. Ela parecia abatida ainda, eu não podia evitar. Eu me preocupava com ela.
Então, disse apenas o necessário: como qualquer criança curiosa, Sofia se deixou levar pela impulsividade, e, por uma falha de segurança, conseguiu sair sem ser notada. Um erro. Um acidente. Algo que nunca mais aconteceria.
Meus olhos estavam fixo