ESTER
Na sexta-feira, trabalhei só na parte da manhã, aproveitei para ir mais cedo para casa para dar tempo de terminar de arrumar as malas, passar na loja e pegar o meu vestido, pegar Caetano na escola e cair na estrada antes de anoitecer, sei que o trajeto é curto, umas duas horas, mas é melhor prevenir.
Tinha combinado de Bruno me encontrar as três da tarde na minha casa e, no horário certinho, a campainha soou. Por estar com as mãos ocupadas separando um lanchinho para o meu pestinha, pedi a ele que fosse abrir a porta.
— Tio Bruno!
— Ei, garotão.
Saí da cozinha e me deparei com a cena que me deixou com o coração quentinho. Caetano estava pendurado no pescoço de Bruno e, conhecendo meu filho, sabia que ele tinha se jogado nos braços do babá assim que viu quem era.
— O que você está fazendo aqui, tio Bruno? Você não sabia quedessa vez eu também vou viajar com a mamãe?
— Sim, eu estou sabendo.
— Então por que você veio?
Foi então que Bruno ergueu a cabeça e nossos olhos se cruzaram.