Ester é uma empresária de sucesso no ramo de animações e uma mãe solo dedicada e amorosa. Dividindo seu tempo para cuidar de seu filho Caetano, um pestinha de 6 anos, e o trabalho, ela vai se virando do jeito que dá. Sempre muito ocupada, a CEO procura incessantemente por uma babá que dê conta do recado por um final de semana. O que ela não esperava era conhecer Bruno, um homem estranhamente qualificado para o trabalho. O babá sabe cuidar de seu filho como ninguém, é companheiro, sincero e muito sexy. Caetano tratará de mudar, para sempre, o rumo da família que tanto sonhou em ter.
Leer másESTER
Deu certo.
Eram essas duas palavras que eu mais desejava ouvir quando me arrumei para ir ao consultório médico pela manhã. Já fazia quase duas semanas que tinha passado pelo procedimento e estava ansiosa para saber se tinha dado tudo certo. Um exame de sangue tinha sido feito e agora eu estava ansiosa para saber o resultado.
Fiquei sozinha na sala esperando a médica voltar trazendo o resultado e cada minuto de espera que passava era como uma tortura. Quando ouvi a porta ser aberta, notei que a médica trazia o envelope com o resultado do teste de Beta HCG e comecei a ficar nervosa, já sentindo as mãos suadas.
— E qual foi o resultado, doutora?
— A inseminação foi um sucesso e você está grávida.
Eu tinha certeza de que naquele momento eu tinha me tornado a pessoa mais feliz do mundo. Eu, finalmente, realizaria o sonho de todo casal: gerar o próprio filho. A diferença era que eu estaria sozinha durante esse processo.
— E está tudo bem com o... meu bebê? — tentei não soar muito nervosa.
— Tudo dentro da normalidade. — A médica tinha um largo sorriso estampado no rosto. — Temos que marcar uma ultrassonografia, mesmo que não dê para ver muito ainda.
Sem conseguir me contar de tanta alegria, apoiei a mão sobre minha barriga e não tentei esconder uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Eu estava feliz demais para me importar com alguma coisa e, provavelmente, a doutora já devia estar acostumada com essas reações, afinal, quantas mulheres ela já não tinha atendido.
— Eu vou ter o meu tão sonhado bebezinho.
— Já pode preparar a surpresa para sua família, futura mamãe.
— Eles vão ficar muito felizes, com certeza.
Dentro do táxi e no caminho de volta para casa, passei suavemente a mão pela barriga, mesmo que ainda não houvesse nenhum volume. Era emocionante saber que eu estava carregando o filho do meu marido, Rômulo com certeza ficaria radiante e faria uma festa só para comemorar. Enquanto olhava a cidade correr pela janela do carro, fiquei tentando imaginar qual seria a reação da minha família.
Tinha optado pela fertilização depois da morte de Rômulo, porque ainda nutria o sonho de ser mãe. Enxuguei as lágrimas com o dorso da mão e tentei não deixar que a saudade tomasse conta de mim. Eu já tinha passado muito tempo de luto e, acho que nunca superaria o fato de ter perdido o grande amor da minha vida de uma forma tão trágica e honrosa.
Rômulo foi o meu primeiro e único amor durante uma vida inteira. Tínhamos nos conhecido na faculdade, casados desde a formatura, tudo o que queríamo era ter uma família, uma casa aconchegante numa vizinhança boa, mas infelizmente, foram interrompidos abruptamente.
Num minuto, Rômulo estava comigo e no minuto seguinte, ele já estava morto. Lembro como se fosse ontem, a notícia, o funeral, a homenagem dos companheiros do corpo de bombeiros. O nosso "até que a morte nos separe" jurado diante do padre e dos convidados tinha chegado mais rápido do que eu estava preparada. Eu tinha perdido o amor da minha vida para um prédio em chamas.
Se antes tudo era só uma ideia, agora estava se tornando real e eu estava completamente encantada e apaixonada. O amor que sentia por aquela sementinha pareceu se multiplicar. Eu amaria meu bebê a cada segundo e comemoraria cada etapa do seu desenvolvimento mesmo que muitos nos olhassem estranho.
Antes de ir para casa, decidi passar numa loja de bebês. Enquanto olhava, admirada, tudo ao meu redor, acabei me vendo encantada por um antigo berço de carvalho, passei os dedos sobre o protetor de berço azul, mas que ainda não poderia levar porque não sabia se o bebê seria menina ou menino.
— O que a senhora achou do berço? — Uma atendente se aproximou.
— É adorável. — Tentei dirfarçar o meu desejo em levá-lo, mas não sabia se encontraria outro com entalhes tão delicados.
— Uma preciosidade e é único.
— Está falando sério?
— Sim. Ele foi feito pelo meu próprio pai.
— Vou levá-lo.
— Vocês entregam?
— Pode mandar entregar na minha casa junto com o protetor de berço amarelo?
— Mas é claro!
— Obrigada!
Decidi levar um par de tênis all star pretos tão pequenos que cabiam na palma da minha mão. Além do par de sapatinhos, decidi levar também um body escrito “Surpresa a caminho” bordado em um amarelo claro.
O berço foi entregue e instalado no antigo quarto do hóspedes da minha casa. Fiquei admirando o móvel por horas, sonhando acordada com o dia que meu filho dormiria bem ali. Ainda faltava muita coisa, pintar e forrar as paredes com papel de parede de bichinhos fofinhos, comprar uma poltrona de amamentação, uma cômoda, mas só de ter o berço ali já tornava tudo mais real.
Achei que depois do jantar seria o melhor momento para dar a notícia aos meus pais e quando entreguei a caixa de presente, eles ficaram sem entender, mas ao abrir e ver a roupa e os sapatinhos, minha mãe caiu no choro de felicidade. Com os pais de Rômulo não foi diferente, quando minha sogra ficou sabendo o que eu tinha feito, ela caiu em pranto.
— Nem acredito que eu vou ter um neto.
— Logo logo terão uma criança correndo por aqui.
— Meu filho ficaria tão feliz.
— Ficaria sim.
— Muito obrigada por você fazer isso, Ester.
— Sorte a minha ter convencido seu filho a deixar "nosso filho" congelado.
— Quero que saiba que você não estará sozinha na criação dessa criança, você pode sempre contar com a gente.
— Muito obrigada, dona Vera.
Algum tempo depois vieram os sintomas: enjoos, vômitos e inchaço. Toda vez que me pegava sentada no chão e com a cara enfiada no vaso sanitário, ficava pensando que poderia existir um remédio para pular essa fase, passei a ter que trabalhar de casa até que essa fase ruim passasse. Por sorte, eu podia contar com Rita, alguém que trabalhava comigo já fazia muito tempo e, que era quase uma mãe para mim. Como eu evitava sair muito de casa, as pessoas passaram a vir ao meu apartamento para visitas.
O chá de fraldas foi a coisa mais linda, minha sogra e minha mãe fizeram surpresa para mim. Família e amigos reunidos para celebrar a vida que eu gerava dentro do meu ventre, mas a tristeza acompanhada da saudade bateu forte quando me lembrei de Rômulo. No momento que descobrimos que seria um menino, a alegria foi geral para ambos os lados da família.
— Sabe o nome que vai colocar? — Minha mãe perguntou curiosa.
— Caetano.
— Mas por que esse nome? Por que não coloca alguma homenagem ao pai?
— Rômulo gostava muito de ouvir Caetano Veloso e acho que seria uma boa homenagem.
— Se você está dizendo.
ESTERCinco anos depois...Era um sábado ensolarado e sem nenhuma nuvem no céu, um ótimo dia para curtir a praia e foi exatamente isso que tínhamos feito. Estava sentada sobre uma toalha quadriculada enquanto meu marido corria pela areia atrás de Caetano e de Rebeca. Nossa menininha tinha nascido perfeita e era uma verdadeira bonequinha. Tinha cabelos escuros como os do pai realavam ainda mais seus olhos acinzentados como os meus.Rebeca rapidamente se tornou a princesinha da casa, afinal era a única menininha de ambas as partes da família e uma menina muito doce e calma, bem diferente do irmão. Meu irmão e Ananda descobriram, pouco tempo depois da gente, que seriam pais de um menino e Augusto nasceu com três dias de diferença da nossa menininha.Nunca poderia imaginar que Caetano se tornaria um irmão mais velho tão carinhoso e atencioso com a irmãzinha. Sempre que ela chorava, ele era o primeiro a correr para ver o que estava acontecendo, ele deixava que ela brincasse com seus brinqu
BRUNOAlguns meses depois...A volta para casa foi muito mais tranquila do que a nossa ida para Londres. Caio nos recepcionou no aeroporto e nos deu carona até em casa, onde um certo pestinha nos esperava ansiosamente. Aos poucos fomos voltando a nos adaptar a antiga rotina agitada. Eu permaneci como estagiário por mais um tempo, para não dizerem que ela estava me beneficiando, até que fui promovido e assumi um cargo efetivo na empresa.Minha mãe começou a passar os finais de semana com a gente em casa e mesmo Ester tentando convencê-la a vir morar com a gente, ela se recusou e disse que a intimidade de um casal era algo valioso e que não queria impor sua presença, além de não querer ficar longe dos amigos a quem tinha se apegado durante todos os anos em que ficou na casa de repouso.Sempre que nossas famílias se reuniam, tudo virava uma verdadeira festa. Minha mãe e a de Ester pareciam velhas amigas que tinham se reencontrado depois de anos sem se verem, até mesmo Lia passou a freque
ESTERComo eu já esperava, a viagem para Londres na companhia do Bruno, tinha sido totalmente diferente de quando viajei para as terras da rainha sozinha. Não sei pelo fato de estar apaixonada por ele, mas eu estava vendo a cidade de um jeito diferente.Obviamente que levei meu marido para conhercer alguns dos pontos turísticos mais famosos de Londres e ele adorou, mas Bruno preferiu conhecer a cidade como um nativo, como se fosse um autêntico morador dali e, para isso, contratou um guia. Quando ele me contou, fiquei um pouco receosa, mas acabe aceitando porque poderia ser muito interessante.Do lado de fora podia estar frio, mas as nossas noites eram quentes e Bruno sempre arrumava um jeito de me surpreender na cama.Acordamos cedinho no dia seguinte, tomamos um delicioso e reforçado café da manhã, pois andaríamos bastante o dia quase todo. Já estávamos de volta ao quarto e terminando de nos arrumar quando o telefone da suíte tocou e a recepcionista informou que o guia já tinha chega
BRUNODepois de um longo voo sem escalas, finalmente chegamos nas terras da rainha na manhã do dia seguinte. Seguimos para o hotel e decidimos passar o dia no quarto já que estávamos cansados e o jetlag estava nos afetando. Claro que aproveitamos para curtir o momento sozinhos e acabamos dormindo o dia inteiro.Quando abri os olhos, notei que o céu já estava escuro e a lua brilhava alto, Ester não estava deitada ao meu lado e, rapidamente, me levantei e comecei a procurá-la pela suíte, para encontrá-la vestida com um roupão, sentada no sofá e folheando o cardápio do restaurante.— Está acordada a muito tempo? — Ela acabou se assustando.— Alguns minutos só.— E o que está fazendo sozinha aqui?— Escolhendo alguma coisa para comer porque acordei faminta.— Não prefere sair e conhecer a cidade?— Prefiro terminar a noite por aqui mesmo.— E já decidiu o que vai pedir?— Uma Steak and Ale Pie e uma garrafa de vinho tinto.— Não sei o que pedir.— Porque não pede um Beef Wellington?— E o
ESTERO tempo passou voando desde quando eu falei sim quando Bruno me pediu em casamento, foram tantas decisões para tomar e coisas para escolher para o casamento que minha rotina tinha ficado tumultuada demais e me deixando muito estressada. Por sorte, eu podia contar com Ananda, minha cunhada, para me ajudar com tudo.O nosso dia importante, finalmente, tinha chegado. Estava longe de casa o dia inteiro para o dia da noiva com minha mãe e Ananda e, já estava sentindo saudades dos meus meninos. Eu não conseguia para de pensar no que eles deveriam estar fazendo e uma certa insegurança tomo conta de mim. Será que Bruno desistiria e me diria "não" na frente de todos?Quando já estava pronta, entramos todas no carro que tinha se alugado para me levar até o local onde a cerimônia seria realizada. Tinha optado por uma cerimônia ao ar livre porque já tinha me casado com Rômulo na igreja e queria que fosse um momento especial para nós dois.O altar tinha sido montado embaixo de um belo salgue
BRUNODois anos se passaram desde o dia em que tomei coragem de pedir Ester em casamento naquele fim de semana no hotel fazeda e ali estava eu, parado em frente ao espelho, encarando o meu reflexo enquanto terminava de dar o nó da gravata. A porta do quarto foi aberta repentinamente e Caetano entrou correndo.— Anda, papai. A gente vai chegar atrasado.Pai. Quem diria que uma palavra tão pequena pudesse mexer tanto comigo. Tudo bem que, já tinha me acostumado com o pestinha me chamando de pai pela casa, mas não podia deixar de me sentir emocionado ao ouvi-lo me chamar assim.— Calma, pequeno. Não vamos chegar atrasados.— E se a minha mãe já estiver lá?— Não vai estar. Confia em mim, tá?— Tá bom, papai.Ele ficou de pé ao meu lado enquanto e terminava de dar o nó na minha gravata e arrumei a dele que estava um pouco torta de tanto que ele ficava pulando e correndo pela casa.— Estou bonito?— Sim!Minha mãe apareceu na porta do quarto e informou que o irmão de Ester já tinha chegado
Último capítulo