Giulietta
A taça de vinho dançava entre meus dedos, vermelha como o sangue que eu sonhava ver escorrendo do peito de Vincent. A lareira crepitava no fundo da sala ancestral da mansão em Verona, e o cheiro de madeira queimada se misturava ao perfume do veneno que pairava no ar.
Salvatore meu irmão estava à minha esquerda, debruçado sobre uma planta detalhada do porto em Nova York. À minha direita Lorenzo nosso primo estrategista digitava códigos no notebook com um meio sorriso nos lábios. Todos sabiam o que estava em jogo.
— Ele sobreviveu ao ataque — disse Salvatore, com raiva contida. — Ainda tem aliados demais, e Mirella se tornou um escudo mais poderoso do que esperávamos.
— Não é um escudo — rebati com desprezo. — É a fraqueza dele. A única coisa que o faz pensar duas vezes antes de matar. E é exatamente por aí que vamos vencê-lo.
— Você quer sequestrá-la? — Lorenzo sugeriu, sem tirar os olhos da tela.
— Não. Isso seria previsível. — me levantei e caminhei até a janela. A noite pa