Lorenzo Narrando…
A chuva começou a cair fina, silenciosa, quando deixamos a clínica. O som das gotas contra o vidro do carro parecia acompanhar o compasso irregular da respiração dela. Helena olhava pela janela, o rosto pálido, os olhos vermelhos, e eu podia ver que cada lágrima que ainda escorria era um pedaço de força se perdendo.
O Theo dirigia em silêncio, como eu havia mandado. Não havia o que dizer. O ar dentro do carro era denso, quase sufocante. Eu nunca fui bom com emoções — especialmente as que não posso controlar. Negócios, estratégias, contratos — nisso eu domino. Mas lidar com dor humana? Não. Isso sempre foi terreno desconhecido.
Quando o carro parou em frente à cobertura, eu apenas abri a porta e dei a volta para ajudá-la a descer, e não me perguntem porque eu estava fazendo isso que eu nem sei dizer.
Helena estava imóvel.
— Vamos… — murmurei, oferecendo a mão.
Ela hesitou por um instante, e então a segurou. A palma fria e trêmula contrastava com o calor d