Helena Narrando...
O som dos flashes ainda ecoava nos meus ouvidos, mesmo depois que as câmeras se abaixaram e os jornalistas começaram a se dispersar. O salão principal da V-Tech parecia respirar outro ar — denso, perfumado, cheio de elogios disfarçados e sorrisos ensaiados.
Mas eu... eu ainda tentava entender o que tinha acabado de acontecer.
Por um momento, me peguei olhando para o homem ao meu lado — Lorenzo Vasconcellos — como se estivesse diante de uma figura que o mundo inteiro admirava, mas que poucos realmente conheciam.
Ele permanecia firme, postura impecável, terno perfeitamente alinhado, o olhar calculado. A elegância dele não vinha só das roupas ou da presença, mas daquela serenidade fria que exalava controle. Nada o abalava. Nenhuma pergunta o deixava desconfortável, nenhum flash o fazia piscar.
Era como se ele tivesse nascido para estar sob os holofotes, enquanto eu ainda me sentia uma intrusa tentando lembrar como respirar.
Ainda assim... era impossível neg