Sara estava deitada sobre o marido quando se lembrou do jantar, era difícil pensar em qualquer coisa quando Ivan a segurava em seus braços.
Beijou o tórax masculino, se aninhou ali, sempre ficavam daquele jeito depois de fazerem amor. Um tipo de silêncio que carregava milhões de declarações que não precisavam de palavras, mas depois do prazer ela se lembrou.
— Vou buscar sua comida.
Levantou animada, feliz como uma adolescente apaixonada. Talvez ainda tivesse o mesmo coração da menina que se apaixonou por um desconhecido no meio da rua e em um acidente encontrou um abrigo para a intensidade que sempre morou em seu peito.
Ivan não teve tempo de recusar, daquela vez, o silêncio dele era saudade, um tipo de saudade estranha, daquilo que ainda não tinha perdido, mas sabia que estava no fim.
A mesma angústia que se sente no fim de uma viagem perfeita e que apesar de não ser o momento de partir, arrumar as malas também traz uma certa melancolia dolorosa.
Se pudesse fazer um último pedido se