Sarah
Minha visão passeia pela sala da minha casa, a mesma sensação que tive ao visitar Samuel dias atrás retornando.
É como se eu nunca mais fosse voltar aqui.
Concordei com o locatário em não manter o contrato de aluguel por mais meses, pois eu sabia que minha vida a partir de hoje será uma incógnita.
Eu estou com medo... merda, estou aterrorizada, mas minha mãe merece mais, muito mais do que já recebeu até hoje e se eu puder fazer alguma coisa, vou fazer.
Aprumando meus ombros e esperando que meu coração esteja blindado até os últimos recantos, eu olho para Nina, que se aproxima como uma gaiola grande e de um material reforçado.
— Certo... como faremos isso? — ela me pergunta, a voz baixa.
Olho para Xerez, que já começa a se mover impaciente em torno do sofá.
Isso pode se tornar complicado.
— Deixe que eu tento, não posso te levar no hospital, logo hoje. — Brinco, mas vejo como o rosto dela empalidece um pouco.
— Muito sensata. — Ela retruca, se afastando alguns passos.
Pego a gaio