— Pare de olhar-me desse jeito.
— Que jeito?
— Não sei explicar, mas é como se estivesse lendo algo em mim. É desconcertante.
O sorriso que dei foi leve, quase imperceptível, mas genuíno. Eu não tinha pressa em responder. Ela continuava comendo o pastel enquanto me lançava olhares desconfiados, como se estivesse tentando decifrar o que se passava na minha cabeça. A verdade era que nem eu sabia ao certo. Só tinha certeza de que olhar para Olivia era uma experiência que eu nunca queria terminar.
A noite já havia caído por completo quando finalmente saímos do carro. Assim que entramos em casa, Olivia tirou os sapatos e soltou um longo suspiro. Ela se dirigiu ao sofá e se deitou, o rosto relaxado enquanto olhava para o céu pela claraboia. Eu fiquei parado por um momento, observando-a, antes de me aproximar devagar.
— A lua está bonita hoje, não acha? — ela disse, quase como um sussurro, sem desviar os olhos do céu.
— Está, realmente. Mas hoje ela tem concorrência.
Ela piscou alguma