Olivia sempre viveu sob a sombra das expectativas de sua família tradicional e influente. Aos 26 anos, cansada das tentativas falhas de encontrar o amor e pressionada a manter a reputação da família, ela se encontra em um leilão beneficente, uma tradição anual dos Montenegro. Mas desta vez, algo inusitado acontece: ela é o item do leilão. Damien Carter é um empresário frio e calculista, conhecido por suas conquistas no mundo dos negócios, mas também por seu coração impenetrável. Quando vê Olívia naquele palco, surge a oportunidade perfeita: um casamento por razão. Ele não acredita no amor, mas precisa de uma esposa para garantir uma fusão multimilionária entre sua empresa e um conglomerado europeu - e Olívia parece a escolha ideal. Um casamento planejado para ser puramente racional pode resistir ao poder do destino?
Ler maisA casa dos sonhos de Olivia e Damien era tudo o que um dia imaginaram, e talvez até mais. Situada em uma região tranquila, cercada por árvores frondosas e um extenso jardim colorido, o lar que construíram era cheio de vida e significado. Cada canto parecia contar uma história, cada detalhe carregava um pedaço do amor e da luta que os uniu. No jardim, os gêmeos Ian e Matteo corriam descalços, rindo alto enquanto perseguiam um ao outro. Ian, o mais destemido dos dois, liderava a brincadeira, fingindo ser um aventureiro em busca de um tesouro. Matteo, por outro lado, preferia observar antes de agir, mas nunca ficava muito atrás do irmão. — Matteo, rápido! O dragão vai pegar você! — gritou Ian, segurando um pedaço de graveto que imaginava ser uma espada. — Não! Eu sou o dragão, e você tem que correr! — Matteo respondeu, com as bochechas coradas de tanto rir. Enquanto os dois disputavam quem era o herói e quem era o vilão da brincadeira, Damien estava sentado em uma espreguiçadeira na
Eu segui Ofélia até a biblioteca em completo silêncio. Meu coração estava inquieto, mas minha mente estava ainda pior, completamente tomada por pensamentos desconexos. O que eu poderia dizer a ela? Como começar uma conversa que parecia impossível de se ter? A verdade era que aquela era a primeira vez, em anos, que tínhamos um momento de interação sem gritos, acusações ou olhares carregados de desprezo. A biblioteca era um ambiente silencioso e acolhedor, mas naquele momento o ar parecia pesado. As altas estantes repletas de livros formavam corredores intermináveis, e o cheiro de papel antigo se misturava ao perfume sutil que Ofélia usava. Assim que entramos, ela se dirigiu a uma cadeira próxima à janela, sentando-se de forma casual, como se tentasse não demonstrar a tensão que claramente sentia. Eu, por outro lado, me sentei na cadeira em frente a ela, ajustando a barra do meu vestido com dedos trêmulos. Sua expressão era difícil de ler. Os olhos dela, tão semelhantes aos meus, pare
Assim que Olivia me enviou uma mensagem dizendo que estava voltando para casa, senti um alívio imediato. Tentei me concentrar no trabalho, mas fui interrompido por uma ligação do segurança da casa. Atendi, e o que ouvi me fez perder completamente o controle. — Não deixem ela entrar. Tirem-na daí antes que minha esposa veja — ordenei com firmeza. Eu havia sido claro: ninguém deveria perturbar Olivia. Mesmo tentando focar no trabalho, uma inquietação crescia em mim, tornando impossível permanecer no escritório. Decidi sair mais cedo, ainda que houvesse muito a ser feito. Olivia era minha prioridade. — Parks, envie o restante do trabalho para mim. — Avisei, já me dirigindo à saída. Entrei no carro e dirigi o mais rápido que pude até a casa. Assim que cheguei, o silêncio absoluto me envolveu. Subi as escadas até o nosso quarto e a encontrei sentada no chão. Olivia usava uma camisola branca longa, o cabelo solto caía sobre os ombros, e seu olhar estava perdido no vazio. Um cheiro sutil
Não sei por quanto tempo fiquei sentada no carro, as mãos no volante, os olhos fixos no prédio do escritório de advocacia. O céu começava a nublar, e as pessoas passavam apressadas pela calçada, mas tudo parecia estático para mim. O peso de tudo que estava acontecendo na minha vida parecia ter me paralisado.Fechei os olhos e respirei fundo. Eu precisava me recompor. Precisava ser corajosa. Peguei as marmitas que preparei no restaurante e saí do veículo. Meus saltos ecoavam pelo piso brilhante do edifício enquanto funcionários conhecidos me cumprimentavam calorosamente, mas eu só conseguia murmurar respostas automáticas.No andar de cima, notei que a secretária do meu pai não estava em sua mesa. O silêncio no corredor parecia mais pesado do que o normal, mas continuei andando. Decidi que era melhor não esperar. Girei a maçaneta e entrei na sala.O que vi me fez congelar.Meu pai estava de pé, com uma mulher nos braços. Seus rostos estavam próximos, íntimos, e o beijo que eles comparti
— Ofélia, eu quero perguntar mais uma vez, e quero que tu sejas sincera. — Minha mãe me encarou, e sua expressão era quase impassível, mas seu olhar não mentia. Era evidente que ela estava controlando um furor interno. — Você realmente sabia onde a Olivia estava?Eu respirei fundo, tentando controlar a raiva que começava a se formar dentro de mim. Como ela podia ser tão cega? Como podia me fazer sentir a vilã, quando tudo que fiz, fiz para atender às expectativas dela?— Sério que tu vais perder o teu tempo a questionar-me isso? — Revirei os olhos, já sentindo a paciência esgotar. — Sim, eu sabia onde ela estava. Satisfeita?Minha mãe estremeceu, mas manteve o olhar fixo em mim, como se estivesse esperando uma explicação, uma desculpa. Eu podia sentir a tensão no ar, o peso das palavras não ditas, a dor de um relacionamento quebrado entre nós duas.— Como tu podes ser tão maldosa assim? Ela é tua irmã! Tu poderias ter… — A voz dela tremia, mas havia mais culpa nela do que raiva. Eu sa
Olivia dormia profundamente em meus braços na cama. O quarto estava totalmente escuro, exceto pela iluminação suave do luar que entrava pela janela. Sua respiração era calma e serena. Ela dormia tão tranquila que aquela era a imagem que eu mais desejava ver todos os dias. De algum modo, ainda não conseguia dormir. Estava irritado. A ideia de que Victoria, sendo mãe de Olivia, fosse tão maldosa com a filha, só porque ela tinha uma preferência clara pela Ofélia, me deixava intrigado. Como uma mãe poderia ser tão cruel a ponto de negar o amor ao próprio filho? Elas não mereciam nem metade do respeito e do zelo que Olivia tinha por elas. Ela havia decidido se sacrificar, lidar com seus próprios traumas, apenas para proteger quem mais a desprezava. Fiquei tão perdido em meus pensamentos que só fui despertado pela voz suave de Olivia. — Damien… ainda está acordado? — Shhh, você deveria estar dormindo, esposa. — Repreendi-a, olhando para ela, embora tudo estivesse ainda escuro. Mesmo as
Último capítulo