Narrado por Vinícius
Ela tava brava. Mas era aquele bravo que me fazia rir. Tipo um filhote de gato tentando rosnar.
— Você sempre arruma um jeito de se livrar, não é?
Ai, Sara... se ela soubesse. Eu não queria me livrar de nada, só queria ficar grudado nela o resto da vida.
— Não, eu não quero me livrar de nada, só quero você, meu amor. Olha, vamos sair pra almoçar fora, depois tenho uma surpresa pra você. O que me diz?
Ela olhou pra mim daquele jeito que misturava raiva e vontade. Eu já conhecia bem.
— Ah, meu Deus... Tá bom, mas agora deixa eu tomar banho, anda! Você me deixou assim, toda suada...
Toda suada. Toda minha. Toda perfeita.
— Não, eu vou tomar banho com você.
— Não, você não vai! Sai!
Ai... tá bom. Saí. Com cara de cachorro sem dono. Nem nego. Saí tipo criança que teve o doce arrancado da mão. Mas no fundo, tava satisfeito. Ela me xingava, mas tava derretida. Eu sabia. Ela me ama. E, por Deus, eu amo essa mulher.
E ela ainda resmungava, achando que eu não ouvia:
— Ai,