capítulo 56

Narrado por Vinícius

Ela tava brava. Mas era aquele bravo que me fazia rir. Tipo um filhote de gato tentando rosnar.

— Você sempre arruma um jeito de se livrar, não é?

Ai, Sara... se ela soubesse. Eu não queria me livrar de nada, só queria ficar grudado nela o resto da vida.

— Não, eu não quero me livrar de nada, só quero você, meu amor. Olha, vamos sair pra almoçar fora, depois tenho uma surpresa pra você. O que me diz?

Ela olhou pra mim daquele jeito que misturava raiva e vontade. Eu já conhecia bem.

— Ah, meu Deus... Tá bom, mas agora deixa eu tomar banho, anda! Você me deixou assim, toda suada...

Toda suada. Toda minha. Toda perfeita.

— Não, eu vou tomar banho com você.

— Não, você não vai! Sai!

Ai... tá bom. Saí. Com cara de cachorro sem dono. Nem nego. Saí tipo criança que teve o doce arrancado da mão. Mas no fundo, tava satisfeito. Ela me xingava, mas tava derretida. Eu sabia. Ela me ama. E, por Deus, eu amo essa mulher.

E ela ainda resmungava, achando que eu não ouvia:

— Ai,
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