narração Sara
Um mês depois...
Era um dia que parecia comum, mas meu coração já dizia que tinha algo estranho no ar. Não era intuição, era pura experiência: quando tudo está bonitinho demais, é porque a tempestade está vindo.
Eu girava em frente ao espelho, avaliando a roupa como se fosse armadura antes de uma batalha. Ajeitei a blusa, respirei fundo e me virei para ele:
— Você fica lindo de terno, sabia... — falei, com aquele sorrisinho bobo.
Vinícius ajeitava a gravata, todo metido.
— Eu sei, minha linda Sara, as garotas ficam loucas quando eu chego...
Arqueei a sobrancelha. Loucas, é?
— Elas ficam é, seu safado... — cruzei os braços, só esperando ele dizer mais uma besteira.
Ele riu, aquele riso cafajeste que me conquistou e ainda me faz perder a linha.
— Para, esposa, tô brincando. Você sabe que é o amor da minha vida.
— Sei sim. Você também é o meu amor...
E, claro, o danado jogou a isca:
— Então me encontra pra almoçar comigo.
Não dava pra resistir.
— Estarei lá...
Ele me deu u