Cap 272. Eu te assustei, não é?
O corredor do hospital parecia não ter fim.
Beatriz caminhava com passos trêmulos, acompanhada por Oliver, que a havia encontrado na recepção ainda tentando controlar o choro. O tempo que levou entre o telefonema e a chegada até ali parecia um borrão, tudo o que ela conseguia lembrar era da frase que ecoava sem parar em sua mente: “ Meu pai levou um tiro.”
Agora, com a cirurgia já finalizada e os médicos garantindo que, por sorte, a bala não atingiu nenhum órgão vital, ela estava parada diante da porta do quarto de recuperação, hesitando por um segundo.
— Fica calma, mãe. Ele tá sedado ainda… Logo meu pai estará bem.— disse Oliver, com a voz rouca. — Mas o pior já passou.
Beatriz respirou fundo e assentiu, empurrando a porta devagar. O quarto estava silencioso, iluminado apenas pela luz suave que vinha de cima da cabeceira.
Marcos estava ali. O rosto dele estava pálido, e o soro pingava lentamente no suporte ao lado da cama. O monitor cardíaco piscava com aquele som ritmado