Cap 273. A voz que nunca foi ouvida.
Afastada da movimentada e barulhenta cidade.
O telefone tocou no final da tarde, interrompendo o som abafado da TV que passava um noticiário qualquer. Katy, mãe de Eloisa, estava sentada no sofá com os olhos perdidos no vazio, segurando o telefone que pela milésima vez olhava para o celular esperando notícias da filha. Ela levou alguns segundos para perceber que o toque vinha dali, da linha fixa que quase nunca tocava.
Joseph, do outro lado da sala, estava com uma garrafa de uísque pela metade e o rosto duro como pedra. Nem se mexeu.
— Atende logo essa porcaria, mulher. Seja útil uma vez na vida.— resmungou, sem tirar os olhos da tela.
Katy engoliu seco, já com o coração apertado antes mesmo de saber o motivo. Levantou devagar, como se algo dentro dela já soubesse que aquele som carregava um fim.
— Alô? — disse, com a voz hesitante.
Do outro lado, a voz séria de um policial. Formal. Fria. Informando sobre um incidente no chalé da família. Eloisa. Tiro. Fatal. Morreu no loc