Sete meses.
Sete longos, arrastados, malditos meses.
Desde o fiasco do noivado. Desde aquela noite em que minha vida inteira virou um espetáculo de horrores em rede social, manchete, cochicho e olhares atravessados.
Sete meses desde que eu era alguém.
Desde que eu tinha respeito. Poder. Futuro.
Agora?
Agora, eu era um maldito parasita escondido em um apartamento medíocre, esperando Amanda aparecer com um envelope escondido na bolsa ou um Pix sorrateiro no fim do dia.
Porque era tudo o que me restava.
Amanda.
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Henry Sullivan?
Não atendia mais. Me bloqueou de tudo.
Fez questão de sair de todos os grupos em que eu estava.
Antony?
Sumido.
Tentei contato de todas as formas. Mensagens, ligações, e-mails, até uma carta.
Nada.
Soube, por uma ex-colega do hospital, que ele se demitiu pouco depois do escândalo. Desapareceu sem dar explicações.
“Foi por vergonha”, eu dizia pra mim mesmo.
Mas a verdade?
Talvez tenha sido por ódio de mim.
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E Nicolas?
Nicolas Louis me odeia com todas as células