“Mas se ele não quer nada em troca, por que ele está sendo tão bom comigo? Será possível que, em meio a tanta gente nesse mundo, ele tenha ignorado todas as mulheres perfeitas e, justamente, se apaixonado por mim, uma herdeira sem prestígio, de uma família pequena e irrelevante?”
Pura fantasia.
Senti vergonha de mim mesma por ter esses pensamentos absurdos. E, claro, havia o tal Patek Philippe… Eu nem sabia o que fazer com ele.
Sem coragem de ligar para ele, a única coisa que eu podia fazer era esperar que ele me procurasse primeiro. Afinal, um relógio de mais de um milhão de reais não é algo que se deixa simplesmente de lado, certo? Mas esperei o dia inteiro, até o anoitecer, e nada. Jean não me ligou.
Na segunda-feira, chegou o meu verdadeiro aniversário. A festa de ontem foi apenas uma comemoração adiantada que a Bela organizou para mim.
À tarde, o Carlos me ligou. Assim que atendi, veio a bronca, sem rodeios:
— Você acha que pode brincar com a cara de todo mundo? Faltou à reunião c