Davi mantinha o rosto inexpressivo, como se tudo aquilo não tivesse nada a ver com ele. Nem sequer olhou para Clara, permanecendo imóvel, indiferente.
— Davi! Você ficou surdo? — Clara finalmente explodiu. Pegou o que estava ao alcance no criado-mudo e atirou contra ele.
— Clara, calma, minha filha! — Isabela correu para tentar contê-la, assustada ao ver que a filha havia arrancado a agulha do soro no calor do desespero.
Davi desviou os objetos que vinham em sua direção, movendo-se tranquilamente. Só então, decidiu responder, ainda com o mesmo tom frio e distante:
— Se você quer tanto assim, vá pegar você mesma. Eu tenho coisas para fazer. Já vou embora.
E foi exatamente o que ele fez. Davi virou-se e saiu sem olhar para trás. Sua determinação era impressionante. Quando ele decidia algo, não deixava espaço para dúvidas ou arrependimentos. Um mês atrás, ele havia tomado a decisão de me abandonar para se casar com Clara. Na época, suportou toda a pressão que veio com isso, me deixando se