Como eu esperava, meu sexto sentido não estava errado. Jean sorriu, claramente lembrando-se do episódio.
Eu fui direta:
— Você fez de propósito, não foi? Deixou o lenço comigo de propósito?
Jean manteve os lábios cerrados, mas o sorriso em seu rosto era suave e um pouco tímido. Ele não respondeu, mas o silêncio dele já dizia tudo.
— Então, você já me deu o presente de compromisso. O bracelete não é necessário. — Falei com firmeza.
— É só um lenço, não tem valor algum. — Ele respondeu.
— Mas a sua intenção tem valor. O fato de você nunca ter me esquecido durante todos esses anos tem valor. Essa sua persistência é inestimável. Para mim, não existe presente mais precioso do que isso.
Essa foi a primeira vez que consegui dizer algo tão meloso sem hesitar.
Jean respirou fundo e, com um suspiro cheio de carinho, disse:
— Você tem o temperamento mais teimoso que eu já vi.
— Isso se chama ter princípios. — Respondi, colocando os talheres sobre a mesa e limpando os lábios com o guardanapo antes