Eu fiquei sem palavras. Ainda bem que ele não fez isso, porque, se tivesse feito, eu nunca mais teria cara para encarar Lucas na empresa. A menos que eu trocasse de gerente imediatamente.
Pensando nisso, murmurei arrependida:
— Se eu soubesse, nem teria te contado. Você não ia me encontrar por acaso, e nem sequer saberia...
— O que você disse?
— Eu disse que finalmente descobri um defeito seu: ciumento e infantil! — Virei-me para ele, articulando cada palavra de propósito, só para provocá-lo.
Mas, em vez de se irritar, ele riu e respondeu com naturalidade:
— Tenho muitos defeitos. Com o tempo, você vai descobrindo todos.
— Então, por que você não me conta logo? Assim, eu evito te irritar.
— Prefiro não.
Nossos comentários eram tão infantis que, no final, nem nós mesmos conseguimos levar a conversa a sério.
— Chega disso. Vou te levar para casa. Amanhã de manhã, vamos direto ver o carro, e depois te deixo no trabalho. — Jean mudou de assunto, enquanto já organizava minha agenda do dia s